quinta-feira, 16 de outubro de 2008

A Arte Efémera e a Conservação

Nos dias 6 e 7 de Novembro realiza-se no Museu do Oriente, Lisboa, um encontro sobre A Arte Efémera e a Conservação. O paradigma da arte contemporânea e dos bens etnográficos. A organização é da Fundação Oriente, do Instituto dos Museus e da Conservação, do Museu Colecção Berardo e da Universidade Nova de Lisboa.

Na arte contemporânea a esperança de vida da obra de arte encurta-se radicalmente a partir do início do século XX, com a utilização de materiais de todos os tipos. Os artistas são seduzidos pelas suas capacidades expressivas e potencialidades comunicativas e já não pela sua garantia de durabilidade. Os bens etnográficos, com funções rituais ou simbólicas, colocam o problema desde o início das primeiras colecções. Contudo, em ambos os casos, a fragilidade das obras ou mesmo a sua pretendida efemeridade conflituam com a actual vontade de tudo preservar, característica dos tempos que vivemos. Os problemas práticos e éticos que daí resultam para o museólogo, o conservador-restaurador ou o historiador de arte constituem um enorme manancial de reflexão.

Neste encontro procuraremos reflectir e debater sobre os valores que dificilmente se equilibram na tarefa da preservação, de que são exemplo os valores materiais versus valores conceptuais, rituais ou estéticos. As questões da originalidade e autenticidade em relação com o valor histórico, cultural, a intenção do criador, a intangibilidade, a função social, entre outros. Haverá também espaço para pensar sobre processos alternativos de conservação e o perfil dos profissionais empenhados numa salvaguarda que ultrapassa o domínio da materialidade, que inclui novos meios, implica criatividade e especial atenção não apenas aos objectos, mas também às comunidades e contextos envolvidos.  

O programa e a ficha de inscrição estão aqui.

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