segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

A História e Técnica dos Tapetes de Arraiolos

Acabou de ser disponibilizado online a seguinte tese de mestrado:

Rita Carvalho Teixeira de Oliveira Marques, A História e Técnica dos Tapetes de Arraiolos. Estudo dos Tapetes T763 e T764 (MNMC), Lisboa, Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, 2007.

Está disponível aqui.

Resumo:

Os tapetes de Arraiolos são o testemunho de uma manufactura própria e única da vila alentejana que lhes dá o nome, sem repetição em qualquer outra parte do mundo. Peça têxtil genuinamente portuguesa, traz consigo parte da história de Portugal, onde a grande influência oriental é a sua base estrutural e decorativa, mas onde se mistura também o saber local do bordar, através do uso do ponto cruzado oblíquo. Rica em matéria-prima (a lã), a vila de Arraiolos tinha também o conhecimento da preparação da lã e produção da cor para os seus tapetes, do qual a história trouxe até nós através de uma compilação de receitas, recolhidas por Joaquim Heliodoro da Cunha Rivara. Neste trabalho, foi feito o estudo material e da cor de dois tapetes (meados do século XVII), pertencentes à colecção de têxteis do Museu Nacional Machado de Castro. Este estudo revelou-nos uma composição material em fibras de cânhamo (teia e trama) e tipicamente em lã (bordado), onde a beleza destas peças foi produzida pelos desenhos elaborados compostos por cores tingidas com corantes naturais como o lírio dos-tintureiros(amarelos e verdes) e o índigo (azuis e verdes), para além do uso de lã natural castanha e branca. Foi também possível observar o uso de mordentes à base de alumínio (alúmen) e de ferro/cobre. Para além deste estudo, foi feita também uma intervenção de conservação e restauro sobre um dos tapetes em estudo e um novo tapete de Arraiolos, onde se efectuou a reconstrução do tecido base e a fixação dos pontos do bordado.

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