terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Os vitrais do Mosteiro da Batalha: Caracterização, decoração e corrosão do vidro

Acabou de ser disponibilizada online a seguinte tese de mestrado:

Paula Rosa Vaz Fernandes, Estudo dos Vitrais do Mosteiro de Santa Maria da Vitória (Batalha): Caracterização do Vidro, Decoração e Morfologias de Corrosão, Lisboa, Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade Nova de Lisboa, 2008.

Está aqui.

Resumo:

Neste trabalho foi realizado o estudo dos vitrais da nave lateral norte, Capela-Mor e Capela do Fundador do Mosteiro de Santa Maria da Vitória, na Batalha. Teve por objectivo estabelecer os diferentes períodos de produção e envolveu a caracterização material dos vidros, a análise das técnicas decorativas utilizadas e também a identificação das diferentes morfologias de corrosão na superfície do vidro. Foram analisadas amostras de fragmentos originais do século XV e XVI e de fragmentos introduzidos posteriormente ao século XVI e até ao século XX, em diferentes campanhas de restauro. A caracterização das diferentes amostras de fragmentos de vidros foi realizada através de técnicas de análise não destrutivas. A identificação da composição dos vidros foi efectuada por microespectrometria de fluorescência de raios-X por dispersão em energia (µ-EDXRF), que foi complementada com a análise da distribuição dos elementos na matriz do vidro e nas superfícies com amarelo de prata e grisalha, através de espectrometria de raios-X induzidos por feixe de iões (PIXE). Finalmente, a caracterização dos produtos de corrosão foi efectuada por microscopia óptica e espectrometria Raman. A combinação destas técnicas permitiu o conhecimento da composição dos vidros, com os óxidos SiO2, CaO, K2O e/ou Na2O como componentes maioritários, e da grisalha, em cuja constituição foram identificados como maioritários os elementos Fe, Cu e Pb. A presença e distribuição em profundidade da prata e do cobre utilizados na produção do amarelo de prata foram também estudadas. A espectrofotometria de absorção óptica no UV-Vis permitiu o conhecimento dos elementos e dos estados de oxidação e coordenação dos iões metálicos que são responsáveis pela cor em alguns vidros coloridos, sendo os mais comuns, o ferro, o manganês, o cobre e o cobalto. Os vidros estudados podem ser divididos em dois grupos, de acordo com a sua composição: vidros potássicos, originais, produzidos nos séculos XV e XVI, e vidros sódicos, introduzidos nos restauros posteriores, nomeadamente no século XX. A principal diferença observada na composição das grisalhas é o teor de PbO: cerca de 5% da massa nas grisalhas originais e teores superiores a 20% da massa nas grisalhas produzidas no século XX. Simultaneamente, foram identificadas as morfologias de corrosão existentes, através da microscopia óptica e da micro espectrometria Raman, tendo-se identificado a existência de camadas iridescentes, fracturadas e ainda a presença de carbonato de Ca. Estes resultados foram relacionados com ensaios de corrosão acelerados efectuados em vidros potassicos, por imersão em solução aquosa de amostras de vidros potássicos, produzidos com composição semelhante à do vidro do século XV.

Comentários:

Jani Santos :

professor, falta o link de acesso aqui. Excelente site!

Comentário de António João Cruz :

Obrigado pelo reparo. Já acrescentei.