quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

O verdigris em documentos históricos e as sua degradação

Acabou de ser disponibilizada na internet a seguinte tese de mestrado:

Cláudia Augusto, Caracterização e Identificação do Pigmento Verdigris em Documentos Históricos - Contribuição para o Estudo da Degradação, Lisboa, Faculdade de Ciências e Tecnologia, 2008.

Está aqui.

Resumo:

O presente estudo tem como objectivos caracterizar e identificar pigmentos verdes seleccionados em documentos históricos de cartografia manuscrita. Para os pigmentos verdes identificados como verdigris, relacionar o seu estado de conservação com o tipo de ligantes e de suporte celulósico utilizado e estabelecer um valor de estádio de degradação das peças que contenham este pigmento. Estudaram-se 15 documentos cartográficos pertencentes ao Arquivo Histórico Ultramarino (AHU),em Portugal, dos séculos XVIII e XIX. A importância deste trabalho reside no facto de se ter executado pela primeira vez um estudo em que se tenta relacionar a degradação do pigmento verdigris com o seu tipo de ligante através da caracterização de documentos históricos. Nos 15 documentos cartográficos, através das técnicas de colorímetria (parâmetros CIELab), Espectrometria de Fluorescência de raios-X (EDXRF), e Espectroscopia de Infra-vermelhos com Transformada de Fourier (FT-IR) identificou-se o pigmento verde presente como verdigris; por FT-IR e Cromatografia Gasosa-Espectrometria de Massa (GC-MS) identificou-se o ligante presente como proteico – cola de pergaminho; na caracterização do suporte de papel por FT-IR e pela microscopia óptica observou-se a composição celulósica do papel. De modo a complementar o estudo da existência de alguma relação entre o tipo de ligante e a degradação do pigmento verdigris, efectuaram-se testes de envelhecimento acelerado em provetes de papel pintados com verdigris e ligantes – gema de ovo, goma-arábica e cola de pergaminho. Pelas análises de colorímetria (parâmetros CIELab), medição de pH e testes de tensão conclui-se que o verdigris fragiliza o papel enquanto o ligante de certa forma protege este pigmento da degradação. Conclui-se também que testes de envelhecimento com menos tempo de exposição, inferior a 528 horas (22 dias) serão os mais indicados para este tipo de estudo.

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