sexta-feira, 29 de abril de 2011

Os pigmentos utilizados em pintura por Henrique Pousão

A seguinte tese de doutoramento acabou de ser disponibilizada online:

Andreia Sofia Marcos Correia, Henrique Pousão’s Oil Paintings: Pigment Study by Infrared and Raman Microscopy, Lisboa, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, 2010.

Está aqui, com acesso livre.

Resumo:

A análise de obras de arte com recurso a técnicas analíticas tem demonstrado ser de elevada utilidade na determinação dos materiais e técnicas de trabalho usados pelos artistas, auxiliando em questões tais como autenticidade e escolha do tratamento de conservação ou restauro mais adequado. Em Portugal, o principal responsável pelo estudo, conservação e restauro de obras de arte (de natureza pública e privada) é o Laboratório de Conservação e Restauro José de Figueiredo (LCRJF), Instituto dos Museus. Durante a última década foi requisitada a este laboratório a avaliação da autenticidade de várias pinturas atribuídas ao pintor Português do séc. XIX, Henrique Pousão (1859-1884). Tido como um dos mais importantes pintores do Naturalismo em Portugal, o seu estilo único e original levou a que, por vezes, fosse considerado pintor do Impressionismo. Infelizmente, o número de referências bibliográficas dedicadas a este importante pintor é escarço e sobre os materiais e técnica por ele usados apenas se dispõe dos dados de um estudo, não publicado, conduzido no LCRJF em 1984. Para colmatar esta lacuna, a presente investigação tem como um dos principais objectivos identificar os pigmentos e corantes usados por Pousão em diferentes períodos da sua carreira, ou seja estabelecer a sua paleta. Em simultâneo, pretende-se caracterizar a técnica usada pelo pintor e avaliar o estado de conservação das pinturas. Com a ajuda de especialistas em História de Arte, foram seleccionadas para objecto desta investigação, 23 pinturas a óleo de Henrique Pousão, pertencentes ao Museu Nacional Soares dos Reis, Porto, cobrindo quatro períodos cronológicos (Inicial, Francês, Italiano e Final) e dois tipos de suporte (tela e madeira) No estudo de 1984, recorrendo a testes microquímicos, foi possível concluir que as amostras das pinturas de Pousão são muito complexas, com uma estrutura em multicamadas, cada uma composta por um elevado número de pigmentos. A complexidade das amostras tornou óbvia a necessidade de uma abordagem envolvendo várias técnicas analíticas. Além disso, dada a reduzida dimensão das amostras e, uma vez que se pretende analisar individualmente cada uma das camadas, as técnicas a utilizar devem ser microscópicas e envolver recolha de amostras. Como os processos de análise são processos interactivos, ou seja novos resultados podem confirmar ou contrariar resultados antigos levantando novas questões, foi decidido iniciar esta investigação, usando duas técnicas analíticas principais e, sempre que necessário, recorrer a outras técnicas especificamente direccionadas para a solução das questões não resolvidas pelas primeiras. De entre as várias técnicas disponíveis no LCRJF que podiam ser usadas para a análise deste tipo de amostras foi seleccionada, como uma das técnicas principais a usar, a microscopia de infravermelho (µ-IR). A espectroscopia de infravermelho tem sido extensivamente utilizada há cerca de 50 anos para analisar compostos orgânicos e inorgânicos presentes em objectos de arte devido, entre outros atributos, à sua especificidade. Dadas as reduzidas dimensões das amostras de obras de arte, o desenvolvimento do microscópio de infravermelho e dos espectrómetros com transformada de Fourier, tornaram aquela técnica ainda mais adequada para este fim que, por isso, dispõe uma ampla base de dados. Outra técnica de espectroscopia vibracional, relativamente recente e que tem gerado grande interesse devido a atributos tais como elevadas resolução espacial (ca. 1 µm) e espectral (ca. 1 cm-1), excelente sensibilidade, especificidade e reprodutibilidade, relativo baixo custo, curto tempo de aquisição de dados e, principalmente por poder ser utilizada não destrutivamente é a espectroscopia de Raman, em particular a microscopia de Raman (µ-R). Apesar de esta técnica ter sido considerada como uma das mais eficazes para a identificação de pigmentos, à data do início desta investigação e ainda presentemente, poucos foram os estudos realizados em pinturas de cavalete e, ainda em menor número os que consistiam na análise de estratigrafias daquele tipo de pinturas. Uma vez que µ-R é a técnica vibracional complementar de µ-IR e que os resultados obtidos em alguns testes preliminares foram muito encorajadores, µ-R foi seleccionada como a segunda técnica principal a usar neste estudo, também com o propósito de averiguar se será vantajoso para o LCRJF adquirir um equipamento deste tipo. Com o objectivo de responder às questões levantadas pelas técnicas principais (µ-IR e µ-R) foram seleccionadas três técnicas auxiliares, nomeadamente microscopia electrónica de varrimento com análise dispersiva de raios-X (SEM/EDS), micro-difracção de raios-X (µ- XRD) e microscopia de fluorescência (FM) com base no tipo de questões levantadas, acessibilidade e custo. Para além destas técnicas, e como é usual nestes casos, a microscopia óptica (OM) foi também usada para determinar a estratigrafia de todas as amostras. A complexidade das amostras, não só constitui um desafio para qualquer técnica analítica como permite testar a sua eficácia na identificação de pigmentos em amostras estratigráficas de pinturas a óleo. Deste modo e porque, em particular µ-R ainda não foi suficientemente testada para a análise deste tipo de amostras, o segundo objectivo deste estudo consiste em avaliar a sua eficácia e compará-la com a de µ-IR para o mesmo fim. 153 amostras foram removidas das margens e lacunas das pinturas em estudo e preparadas como estratigrafias (µ-R) e como estratigrafias de camada fina (µ-IR). Mais de 800 espectros de µ-IR e 2000 espectros de µ-R foram adquiridos e interpretados. Ambas as técnicas foram bem sucedidas na identificação dos compostos presentes nas amostras. µ-IR demonstrou ser mais eficaz na identificação de cargas e compostos associados, como por exemplo, caulino, gesso, quartzo, do que na identificação de pigmentos. Dos 18 compostos identificados por µ-IR apenas 11 são pigmentos. Contrariamente a µ-IR, µ-R demonstrou ser mais eficaz na identificação de pigmentos do que na identificação de cargas e compostos associados. Dos 41 compostos identificados por µ-R, 25 são pigmentos. As vantagens e desvantagens das técnicas analíticas µ-IR, µ-R, SEM/EDS, µ-XRD e FM, no que respeita a preparação de amostras, tempo de análise, resolução espacial, interpretação de resultados e serem ou não destrutivas foram também detalhadamente analisadas. Combinando os resultados obtidos por todas as técnicas analíticas foi possível estabelecer a paleta de Pousão como sendo constituída por 26 pigmentos e nenhum corante. Alguns dos pigmentos são pigmentos tradicionais, tais como óxido de ferro, oxihidróxido de ferro, celadonite, malaquite, amarelo de chumbo e antimónio, negro de osso/marfim, negro de carbono, realgar/pararealgar, vermelhão/cinábrio, laca de cochinilha, laca de garança, branco de chumbo e azul da Prússia, enquanto outros são pimentos do séc. XIX, tais como azul de cobalto, azul de cerúleo, ultramarino francês, amarelo de crómio, laranja de crómio, amarelo de estrôncio, amarelo de zinco, amarelo de cádmio, viridian, verde esmeralda, verde de Scheele, verde de crómio e branco de zinco. Quanto à técnica usada pelo pintor, em geral, as pinturas são caracterizadas pela presença de uma camada de preparação de branco de chumbo, sobre a qual foram aplicadas 1 até 10 camadas pictóricas. As camadas pictóricas, além de variarem significativamente em espessura (4 - 358 µm), em geral são constituídas por uma mistura complexa de pigmentos e foram aplicadas após secagem da camada de preparação ou da camada pictórica anteriormente aplicada. Foi ainda observado que as pinturas se encontram em bom estado de conservação, uma vez que não existem rupturas, destacamentos, protuberâncias/saliências, ou algum sinal de descoloração dos pigmentos ou de decomposição. Em relação ao segundo objectivo deste estudo, µ-R provou ser a técnica mais indicada para a identificação de pigmentos em amostras microscópicas, complexas de multicamadas devido aos atributos já referidos para esta técnica. Apesar disso, uma vez que cada técnica tem as suas próprias vantagens e desvantagens e provou ser útil em diferentes fases deste estudo, apenas uma abordagem envolvendo complementarmente várias técnicas permitiu obter o máximo de informação sobre as complexas misturas elaboradas por Henrique Pousão.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Estudo da pintura antiga

Foi há pouco publicado o seguinte livro, que recolhe os textos das comunicações apresentadas no colóquio comemorativo do 30º aniversário do National Gallery Technical Bulletin, realizado em 2009.

Marika Spring (ed.), Studying Old Master Paintings. Technology and Practice, London, Archetype Publications, 2011.

Índice:

  • Marco Ciatti, Roberto Bellucci, Camilla Fracassi, Cecilia Frosinini, Carlo Lalli, Linda Lucarelli, Luciano Sostegni, The 'Paliotto' by Guido da Siena from the Pinacoteca Nazionale, Siena, pp. 1-7
  • Yvonne Szafran, Carole Namowicz, Catherine Schmidt Patterson, Christine Sciacca, Karen Trentelman, Nancy Turner, Painting on parchment and panel: an exploration of Pacino di Bonaguida's technique, pp. 8-14
  • Fabrizio Bandini, Alberto Felici, Cecilia Frosinini, Mariarosa Lanfranchi, Paola Ilaria Mariotti, Technical similarities between mural painting and panel painting by Giovanni da Milano: Guidalotti-Rinuccini chapel, Santa Croce, Florence, pp. 15-20
  • Carol Christensen, Suzanne Quillen Lomax, Michael Palmer, Steve Wilcox, Neroccio's Virgin and Child with Saint Anthony Abbott and Saint Sigismund at the National Gallery of Art, Washington, DC, pp. 21-27
  • Gianluca Poldi, Giovanni Carlo Federico Villa, A new examination of Giovanni Bellini's 'Pesaro Altarpiece': recent findings and comparisons with other works by Bellini, pp. 28-36
  • Michel Menu, Estelle Itié, Élisabeth Ravaud, Myriam Eveno, Elsa Lambert, Eric Laval, Ina Reiche, Rocco Mazzeo, Maria Letizia Amadori, Irene Bonacini, Edith Joseph, Silvia Prati, Giorgia Sciutto, Examination of the Uomini Illustri: looking for the origins of the portraits in the Studiolo of the Ducal Palace of Urbino. Part I, pp. 37-43
  • Rocco Mazzeo, Michel Menu, Maria Letizia Amadori, Irene Bonacini, Estelle Itié, Myriam Eveno, Edith Joseph, Elsa Lambert, Eric Laval, Silvia Prati, Élisabeth Ravaud, Giorgia Sciutto, Examination of the Uomini Illustri: looking for the origins of the portraits in the Studiolo of the Ducal Palace of Urbino. Part II, pp. 44-51
  • Ezio Buzzegoli, Roberto Bellucci, Michelangelo's 'Doni Tondo' investigated with non-invasive analytical techniques, pp. 52-58
  • Charlotte Hale, Julie Arslanoglu, Silvia A. Centeno, Granacci in The Metropolitan Museum of Art: aspects of evolving workshop practice, pp. 59-64
  • Bruno Mottin, Leonardo da Vinci's The Virgin and Child with Saint Anne (Musée du Louvre, Paris): new infrared reflectography, pp. 65-71
  • Larry Keith, Ashok Roy, Rachel Morrison, Leonardo da Vinci's Virgin of the Rocks: technique and the context of restoration, pp. 72-79
  • Claire Barry, Observations on workshop practice in fifteenth-century Castile: the altarpiece from the cathedral at Ciudad Rodrigo by Fernando Gallego and his workshop, pp. 80-88
  • Stephanie Dietz, Henning Autzen, Ursula Baumer, Patrick Dietemann, Irene Fiedler, Christoph Krekel, Anna Schönemann, Amelie Stange, Studying the 'Graue Passion' by Hans Holbein the Elder, pp. 89-94
  • Mark Leonard, Carole Namowicz, Anne Woollett, Albrecht Altdorfer's Crucifixion (Museum of Fine Arts, Budapest), pp. 95-103
  • Esther van Duijn, Jan Piet Filedt Kok, Abbie Vandivere, Arie Wallert, Margreet Wolters, Developments in the underdrawing and painting technique of the sixteenth-century Leiden School, in particular the workshops of Cornelis Engebrechtsz and Lucas van Leyden, pp. 104-110
  • Friso Lammertse, Arie Wallert, Margreet Wolters, In search of the right colour: colour notations in a late sixteenth-century Dutch painting, pp. 111-117
  • Roberto Bellucci, Cecilia Frosinini, Luca Pezzati, Caravaggio's underdrawing: a 'Quest for the Grail'?, pp. 118-124
  • Cynthia Kuniej Berry, Francesca Casadio, Inge Fiedler, Richard Mann, Ana Sánchez-Lassa, José Luis Gorospe, Multiplicity, authorship and chronology: an integrated evaluation of four images of Saint Francis by El Greco, pp. 125-135
  • Hélène Dubois, Pascale Fraiture, Between creativity and economy: remarks on the quality of Rubens' panel supports. A study of paintings in the Royal Museums of Fine Arts of Belgium, pp. 136-142
  • Andreas Burmester, Nina Schleif, Melanie Eibl, Travels with Rubens' Last Judgement, pp. 143-149
  • Anne Haack Christensen, The painting techniques of the Rosenborg Series 1618-1624 and painting materials supplied to the Danish court painters at the time of King Christian IV, pp. 150-156
  • Margriet van Eikema Hommes, Lidwien Speleers, Nine Muses in the Oranjezaal: the painting methods of Caesar van Everdingen and Jan Lievens confronted, pp. 157-164
  • E. Melanie Gifford, Material as metaphor: non-conscious thinking in seventeenth-century painting practice, pp. 165-172
  • Hayley Tomlinson, Helen Howard, David Peggie, Paul Ackroyd, Dawson Carr, Murillo's Christ Healing the Paralytic at the Pool of Bethesda: an introduction to the artist's late painting technique, pp. 173-179
  • Arie Wallert, Willem de Ridder, About skin: technical examination of paintings by Adriaen van der Werff, pp. 180-185
  • David Saunders, Antony Griffiths, Two 'mechanical' oil paintings after de Loutherbourg: history and technique, pp. 186-193
  • Rica Jones, Joyce H. Townsend, Elizabeth Einberg, Hugh Belsey, A lost early conversation piece by Thomas Gainsborough, pp. 194-200
  • Helen Brett, Joyce H. Townsend, Rica Jones, Jaap Boon, Katrien Keune, 'I can see no vermilion in flesh': Sir Joshua Reynolds' portraits of Francis Beckford and Suzanna Beckford, 1755-1756, pp. 201-208
  • Mark Aronson, Helen A. Cooper, Angus Trumble, Benjamin West and the Venetian Secret, pp. 209-215
  • Jørgen Wadum, Kasper Monrad, Mikkel Scharff, Aspects of Christen Købke's painting technique: from drawing via oil sketch to the final painting, pp. 216-221
  • Jane Munro, Marie Louise Sauerberg, Action speaks louder than words: Thomas Couture as a teacher, pp. 222-228
  • Erma Hermens, Arie Wallert, James McNeill Whistler: fluidity, finish and experiment, pp. 229-236
  • Ella Hendriks, Leo Jansen, Johanna Salvant, Élisabeth Ravaud, Myriam Eveno, Michel Menu, Inge Fiedler, Muriel Geldof, Luc Megens, Maarten van Bommel, C. Richard Johnson Jr, Don. H. Johnson, A comparative study of Vincent van Gogh's Bedroom series, pp. 23-243
  • Unn Plahter, Biljana Topalova-Casadiego, The Scream by Edvard Munch: painting techniques and colouring materials, pp. 244-252
  • Raffaella Bruzzone, Maria Clelia Galassi, Wood species in Italian panel paintings of the fifteenth and sixteenth centuries: historical investigation and microscopical wood identification, pp. 253-259
  • Annelies van Loon, Lidwien Speleers, The use of blue and green verditer in green colours in the mid-seventeenth-century paintings of the Oranjezaal, The Hague, pp. 260-268
  • Günter Grundmann, Natalia Ivleva, Mark Richter, Heike Stege, Christoph Haisch, The rediscovery of sublimed arsenic sulphide pigments in painting and polychromy: applications of Raman microspectroscopy, pp. 269-276
  • Stefanos Kroustallis, Rocio Bruquetas, Marisa Gómez, In quest of vermilion: production, commerce and use of the pigment in eighteenth-century Spain, pp. 277-283
  • Maartje Stols-Witlox, 'The heaviest and the whitest': lead white quality in north western European documentary sources, 1400-1900, pp. 284-294
  • Barbara Berrie, Louisa Matthew, Lead white from Venice: a whiter shade of pale?, pp. 295-301

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Conservação e restauro de artes decorativas

Acabou de ser publicado em formato digital o seguinte volume que reúne as comunicações apresentadas nas VI Jornadas de Arte e Ciência, realizadas em 2010 na Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa, no Porto, dedicadas à Conservação e restauro de artes decorativas:

VI Jornadas de Arte e Ciência. Conservação & Restauro de Artes Decorativas. Actas, Porto, Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa, 2011.

Está disponível aqui.

Índice:

  • Daniela Coelho, Problemática de conservação e restauro do mobiliário pintado português no séc. XVIII, p. 8
  • Eulália Subtil, Contador Cíngalo-português, intervenção de conservação e restauro, p. 20
  • Rita Maltieira Morais, Um revestimento invulgar: o tratamento de conservação de uma gravata preta de seda como um acessório de traje, p. 28
  • Paula Monteiro, Cadeirinha do século XVIII. Viagem ao cerne de um objecto compósito, p. 41
  • Carla Maximiliana Simões, Maria Júlia Fonseca, As problemáticas de intervenção em vidro arqueológico - Exemplos do espólio do Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, p. 58
  • Isabel Tissot, Para além da superfície - A conservação de metais nas artes decorativas, p. 73
  • Alexandre Sá Viana, Fernando Duarte, Nuno Proença, Análise preliminar a uma metodologia para o tratamento de lacunas em azulejos antigos, p. 86
  • Teresa Lança Ruivo, Um passado com futuro: metodologias de conservação em livro antigo, p. 93
  • Maria João Petisca, Conservação e restauro de um biombo lacado chinês, p. 99

Restauro de pintura em Itália no século XVIII

A seguinte tese de mestrado está livremente disponível na internet:

Raffaella Marinetti, La Pinacoteca Capitolina Nel Settecento: Ordinamento e Conservazione, Viterbo, Università degli studi della Tuscia, 2010.

Está aqui.

Índice:

  • La Pinacoteca Capitolina e l’ordinamento settecentesco
  • Professioni museali nel XVIII secolo. Le figure professionali all’interno della Pinacoteca Capitolina
  • Le tecniche del restauro pittorico nel XVIII secolo.Testimonianze sulle tecniche del restauro e sui restauratori operanti a Roma attraverso l’esame della documentazione della Pinacoteca Capitolina
  • Roma e la Francia: nuovi documenti sulla storia del restauro nel Settecento e sui suoi protagonisti
  • Appendice
  • Bibliografia

quarta-feira, 20 de abril de 2011

National Gallery Technical Bulletin livremente disponível online

Já há algum tempo que, tal como noticiei aqui, o último número da revista National Gallery Technical Bulletin (vol. 31, 2010) estava livremente disponível na internet.

Agora acabaram de ser da mesma forma disponibilizados os volumes 23 a 30 (de 2002 a 2009).

Estão aqui.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

A matéria dos pintores do norte de Portugal, do século XVI à actualidade

Acabou de ser publicado o seguinte livro:

Ana Calvo, Laura Castro (ed.), Através da Pintura: Olhares sobre a Matéria. Estudos sobre Pintores no Norte de Portugal, Porto, Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa, 2011.

Nele são apresentados vários estudos desenvolvidos no âmbito de um projecto que também deu origem a algumas exposições, um DVD (distribuído no passado dia 26 de Março com o jornal Público) e um site onde são apresentados outros estudos (http://citar.artes.ucp.pt/mtpnp/).

Índice:

  • Ana Calvo, Introdução Materiais e Técnicas de Pintores do Norte de Portugal: Conhecer para Conservar, p. 3
  • José Ferrão Afonso, A Pintura na Cidade: do Tríptico do Espírito Santo a Francisco Correia, da Miragaia Medieval ao Porto da Contra-Reforma, p. 17
  • Carla Ferreira, Tríptico do Espírito Santo da Igreja de S. Pedro de Miragaia, no Porto. Percurso, Datação, Doador Técnicas e Materiais, p. 29
  • Joana Salgueiro, O Suporte dos Painéis da Sé de Lamego de Vasco Fernandes, p. 41
  • Jorgelina Carballo, Sofia Santos, A Materialidade na Obra de Francisco Correia, p. 59
  • Vítor Teixeira, A Arte em Portugal nos Séculos XVII e XVII: Contexto Histórico-Artístico e Iconográfico, p. 73
  • Ana Rita Rodrigues, As Pinturas de Tectos em Caixotões. Um Caso de Estudo: a Igreja do Antigo Convento do Salvador em Braga, p. 85
  • Ana Rita Veiga, Carla Carvalho Tavares, A Pintura de Altar Estudo de um Conjunto de Obras de João Glama Strõberlle e de Pedro Alexandrino de Carvalho, p. 99
  • Laura Castro, História da Arte e Conservação: Diálogos na Época Contemporânea, p. 115
  • Sónia Barros Santos, Pigmentos Vermelhos na Pintura Portuguesa no Século XIX: Análise da Literatura Técnica e Estudo Comparativo de Preços no Fim do Século, p. 127
  • Ana Rita Veiga, A Pintura a Óleo sobre Folha-de-Flandres de Francisco José Resende, p. 139
  • Ana Lopes, Os Retratos de Impressão de Marques de Oliveira: uma Abordagem Estética, Técnica e Conservativa de Três Pinturas a Óleo sobre Suporte Celulósico, p. 153
  • Maria Aguiar, As Escolhas de Aurélia de Sousa no que se refere aos Suportes - O Caso Particular dos Cartões e Similares, p. 165
  • Ana Brito, Estudo da Técnica Pictórica de Abel Salazar, p. 175
  • Ana Cudell, A Pintura de Albuquerque Mendes. Estudo de Técnicas e Materiais, p. 185

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Restaurator, vol. 32, n.º 1, 2011

Acabou de ser publicada a revista Restaurator, vol. 32, n.º 1, de 2011.

OS artigos estão disponíveis aqui [acesso condicionado].

Índice:

  • Milan Hajek, Michal Durovic, Hana Paulusova, Lucie Weberova, Simultaneous Microwave Drying and Disinfection of Flooded Books, pp. 1-12
  • Edwin Willemsen, René Luyten, Walter Castelijns, Gabriëlle Beentjes, Innovation in Low-O2 Technology: A Solution for Conservation, Protection and Treatment, pp. 13-26
  • Eva Glück, Gerhard Banik, Ernst Becker, Michael Kühner, Air-Stream Drying of Paper, pp. 27-38
  • Joe Iraci, The Stability of DVD Optical Disc Formats, pp. 39-59
  • Benjamin Bartl, Petr Kotlík, Michal Durovic, Bronislava Bacílková, Application of a-Amylase in Combination with Ultrasound to Remove Starch Based Adhesives from Paper, pp. 60-80

sexta-feira, 8 de abril de 2011

International Journal of Architectural Heritage, vol. 5, n.º 3, 2011

Acabou de ser publicada a revista International Journal of Architectural Heritage, vol. 5, n.º 3, de 2011.

Os artigos estão em aqui [acesso condicionado].

Índice:

  • Vega Pérez-Gracia, Daniel Di Capua, Oriol Caselles, Fernando Rial, Henrique Lorenzo, Ramón González-Drigo, Julia Armesto, Characterization of a Romanesque Bridge in Galicia (Spain), pp. 251-263
  • Thierry Descamps, Laurent Van Parys, Jérôme Noël, Fabrice Dagrain, Engineering and Patrimonial Buildings: Rewarding Interdisciplinary Work, pp. 315-333
  • Selen Durak, Yasemin Erbil, Nilüfer Akincitürk, Sustainability of an Architectural Heritage Site in Turkey: Fire Risk Assessment in Misi Village, pp. 334-348
  • Claudia Cennamo, Bernardino M. Chiaia, Sara D'Angelo, Daniele Ferretti, Seismic Assessment and Rehabilitation of a Historical Theater Based on a Macro-Element Strategy, pp. 264-295
  • Mario Alberto Chiorino, Rosario Ceravolo, Alberto Spadafor, Luca Zanotti Fragonara, Giuseppe Abbiati, Dynamic Characterization of Complex Masonry Structures: The Sanctuary of Vicoforte, pp. 296-314
  • Mahmoud R. Maheri, Alireza Maheri, Saeed Pourfallah, Ramin Azarm, Akbar Hadjipour, Improving the Durability of Straw-Reinforced Clay Plaster Cladding for Earthen Buildings, pp. 349-366

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Identificação de vernizes, aglutinantes e consolidantes utilizados em obras de arte

A seguinte tese de doutoramento está livremente disponível aqui:

Juan Peris Vicente, Estudio Analítico de Materiales Empleados en Barnices, Aglutinantes y Consolidantes en Obras de Arte Mediante Métodos Cromatográficos y Espectrométricos, València, Universitat de València, 2008.

Resumo:

El estudio de los objetos pertenecientes al patrimonio artístico presenta un gran interés cultural e histórico, ya que proporciona información sobre la evolución de las sociedades. No obstante, estos objetos sufren degradaciones a lo largo del tiempo debido a las agresiones de agentes externos y también a condiciones de conservación inadecuadas. La propuesta de tratamientos de restauración y conservación exige disponer de una información lo más completa posible acerca de los materiales que fueron utilizados en su elaboración. Las obras de arte están habitualmente recubiertas por una capa de barniz, constituido por materiales químicamente estable s, con el objetivo de proteger a las capas internas del deterioro. Sin embargo, esta propia capa protectora puede experimentar una degradación progresiva, la cual se propaga a la propia obra de arte. Por otra parte, la capa pictórica contiene los pigmentos mezclados con aglutinantes, que cubren y cohesionan dichos pigmentos, ejerciendo influencia en la cromaticidad de la obra de arte, y caracteriza la técnica artística elegida por el autor. Los compuestos orgánicos más utilizados en la capa pictórica y el barniz están constituidos químicamente por aceites secantes (pinturas al óleo), aglutinantes proteicos (técnicas artísticas de témpera y temple), ceras naturales (pinturas en encáustica), resinas naturales (compuestos filmógenos) y resinas sintéticas (amplio uso debido a su versatilidad). La Tesis Doctoral presenta una serie de métodos analíticos para la caracterización de materiales orgánicos utilizados en obras de arte, basados en cromatografía y espectrometría de masas. Para cada caso se aplica la técnica analítica más adecuada, optimizando el tratamiento de muestra y las condiciones instrumentales para incrementar los parámetros analíticos del método. Posteriormente, para la diferenciación de los patrones y su caracterización en las muestras artísticas, los datos obtenidos se tratan estadísticamente utilizando herramientas quimiométricas. Las metodologías desarrolladas son las siguientes:

- Identificación de proteínas por cromatografía de líquidos-fluorescencia, previa derivatización para aumentar la fluorescencia de los analitos.

- Caracterización de ceras mediante cromatografía de gases, tras derivatización para incrementar la volatilidad de los analitos.

- Identificación de aceites secantes mediante cromatografía de líquidos-UVVisible y cromatografía de líquidos - fluorescencia , previa derivatización para incrementar la sensibilidad.

- Caracterización de proteínas y aceites secantes mediante espectrometría de masas por infusión directa, sin necesidad de separación ni derivatización previa.

- Identificación de materiales presentes en barnices de violines y laúdes italianos del Renacimiento, mediante cromatografía de gases espectrometría de masas, previa transmetilación para volatilizar los compuestos con grupos carboxilato.

- Caracterización de polímeros sintéticos y aditivos en obras pictóricas modernas mediante pirólisis - cromatografía de gases espectrometría de masas.

La capacidad de predicción de las metodologías propuestas se evaluó con éxito mediante el estudio de muestras procedentes de obras artísticas de gran relevancia, como son:

i) obras pictóricas de los siglos XVI a XVIII pertenecientes al Patrimonio Cultural Valenciano, donde se identificó proteína de huevo.

ii) una oleorresina sobre tabla realizada en el 2003, del Patrimonio Cultural Mejicano, donde se detectó cera de abeja.

iii) diversas pinturas al óleo de los siglos XV a XX, mayor itariamente pertenecientes a la Basílica de la Virgen de los Desamparados y de la Catedral de Valencia, donde se caracterizó mayoritariamente aceite de linaza.

iv) barnices de instrumentos musicales de cuerda fabricados por los luthiers más renombrados de la época renacentista (siglos XVI-XVIII): un laúd de Laux Maler, una tiorba de Wendelio Venere y un violín de Antonio Stradivari. En los tres casos se caracterizó aceite de linaza y resina de tipo Pinaceae.

v) Una obra pictórica moderna realizada por Georg Baselitz, considerado como uno de los pintores modernos más importantes de Alemania. El análisis reveló la presencia de una resina cetónica.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Conservação de arte contemporânea

A seguinte tese de mestrado acabou de ser livremente disponibilizada na internet:

António José Évora Rocha, A conservação material e documental da obra “Instalação191093,parte1” de Francisco Rocha, Lisboa, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Nova de Lisboa, 2010.

Está aqui.

Resumo:

Este trabalho é dedicado à conservação material e documental da “Instalação191093,parte1” (1993) de Francisco Rocha (n.1958), pensando numa futura rematerialização. Por não haver instruções para sua montagem, esta obra nunca foi exposta ou montada desde que foi incorporada na Colecção da Caixa Geral de Depósitos em 1994. Esta instalação foi concebida com materiais efémeros que lhe conferem aspectos intangíveis únicos. Aliados à efemeridade dos materiais usados na sua concepção, os elementos eléctricos e mecânicos desta instalação são o maior factor de degradação desta obra, mas por outro lado, são eles a principal fonte dos aspectos tangíveis e intangíveis que esta obra tem para oferecer. A busca documental começou como um apoio à reconstituição desta obra e da sua história tendo em vista a sua remontagem. No decurso da recolha apercebemo-nos de que esta obra é na verdade já uma segunda versão material da obra originalmente apresentada criada por Francisco Rocha em 1993. A documentação desempenhará um papel crucial na conservação desta obra a curto prazo, podendo viabilizar a sua remontagem. Pelas suas características a preservação desta obra a longo prazo só pode ser garantida pela sua rematerialização e é ancorada na conservação documental da peça que a re-materialização poderá ocorrer.