As argamassas da cidade romana de Ammaia (Marvão)
Acabou de ser disponibilizada na internet a seguinte dissertação de mestrado:
Maria Inês Santos de Lemos Cardoso, Cidade Romana de Ammaia: estudo das argamassas, Lisboa, Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, 2011.
Está disponível, com acesos livre, aqui.
Resumo:
A cidade romana de Ammaia (Marvão) é considerada o testemunho mais importante da presença romana no distrito de Portalegre e a única cidade conhecida na região. De acordo com as evidências históricas e arqueológicas, a Ammaia terá sido edificada no século I a.C, atingindo o seu auge na segunda metade do século I até ao final do século II, como um importante centro urbano da Lusitânia. Neste trabalho foram analisadas as 19 argamassas de assentamento e revestimento das estruturas de alvenaria da Torre Oeste (Porta Sul), da área habitacional junto à Torre Oeste, do macellum, do peristylium, das termas, do podium do templo e do pórtico do fórum. A metodologia de caracterização química, mineralógica e microestrutural das argamassas envolveu diversas técnicas complementares, tais como, a estereomicroscopia, difracção de raios-X, análise termogravimétrica e análise térmica diferencial, microscopia electrónica de varrimento com espectroscopia de raios X dispersiva de energia acoplada e colorimetria. Os resultados indicam que as argamassas correspondentes ao início da edificação da cidade eram essencialmente constituídas por terra. Posteriormente, as argamassas passaram a ser constituídas por ligantes calcíticos, não correlacionáveis com a geologia local. As argamassas de revestimento do tanque e do pavimento do templo incluem fragmentos cerâmicos – cocciopesto na sua composição, conforme preconizado por Vitrúvio, nos livros De Architectura. As amostras com ligantes que se relacionam com a geologia local, provavelmente, são posteriores à ocupação romana. Do presente estudo resultaram informações relevantes sobre a evolução tecnológica da construção romana, a proveniência das matérias-primas, o contexto histórico das estruturas arqueológicas e linhas de orientação para a conservação e restauro das argamassas.
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