sexta-feira, 31 de outubro de 2008

A câmara obscura e a arte

O livro

Wolfgang Lefèvre (ed.), Inside the Camera Obscura – Optics and Art under the Spell of the Projected Image, Berlin, Max Planck Institute for the History of Science, 2007.

está livremente disponível aqui.

Índice:

  • Wolfgang Lefèvre, The Optical Camera Obscura. A Short Exposition, p. 5
  • Norma Wenczel, The Optical Camera Obscura. Images and Texts, p. 13
  • Michael John Gorman, Projecting Nature in Early-Modern Europe, p. 31
  • Abdelhamid I. Sabra, Alhazen's Optics in Europe: Some Notes on What It Said and What It Did Not Say, p. 53
  • Sven Dupré, Playing with Images in a Dark Room Kepler's Ludi inside the Camera Obscura, p. 59
  • Alan E. Shapiro, Images: Real and Virtual, Projected and Perceived, from Kepler to Dechales, p. 75
  • Isabelle Pantin, "Res Aspectabilis Cujus Forma Luminis Beneficio per Foramen Transparet" - Simulachrum, Species, Forma, Imago: What was Transported by Light through the Pinhole?, p. 95
  • Fokko Jan Dijksterhuis, Clair & Distinct. Seventeenth-Century Conceptualizations of the Quality of Images, p. 105
  • Giuseppe Molesini, The Optical Quality of Seventeenth-Century Lenses, p. 117
  • Tiemen Cocquyt, The Camera Obscura and the Availibility of Seventeenth Century Optics - Some Notes and an Account of a Test, p. 129
  • Klaus Staubermann, Comments on 17th-Century Lenses and Projection, p. 141
  • Carsten Wirth, The Camera Obscura as a Model of a New Concept of Mimesis in Seventeenth-Century Painting, p. 149
  • Karin Groen, Painting Technique in the Seventeenth Century in Holland and the Possible Use of the Camera Obscura by Vermeer, p. 195
  • Claudia Laurenze-Landsberg, Neutron-Autoradiography of two Paintings by Jan Vermeer in the Gemäldegalerie Berlin, p. 211
  • Philip Steadman, Gerrit Dou and the Concave Mirror, p. 227
  • Martin Kemp, Imitation, Optics and Photography. Some Gross Hypotheses, p. 243

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Um universo de pedra

Foi há pouco publicado o livro seguinte:

Philip Ball, Universe of Stone. A biography of Chartres Cathedral, New York, Harper Collins, 2008.

Apresentação:

Chartres Cathedral, south of Paris, is revered as one of the most beautiful and profound works of art in the Western canon. But what did it mean to those who constructed it in the twelfth and thirteenth centuries? And why, during this time, did Europeans begin to build churches in a new style, at such immense height and with such glorious play of light, in the soaring manner we now call Gothic?

Universe of Stone shows that the Gothic cathedrals encode a far-reaching shift in the way medieval thinkers perceived their relationship with their world. For the first time, they began to believe in an orderly, rational world that could be investigated and understood. This change marked the beginning of Western science and also the start of a long and, indeed, unfinished struggle to reconcile faith and reason.

By embedding the cathedral in the culture of the twelfth century—its schools of philosophy and science, its trades and technologies, its politics and religious debates—Philip Ball makes sense of the visual and emotional power of Chartres. Beautifully illustrated and written, filled with astonishing insight, Universe of Stone argues that Chartres is a sublime expression of the originality and vitality of a true "first renaissance," one that occurred long before the birth of Leonardo da Vinci, Michelangelo, or Francis Bacon.

Índice:

  • Introduction, 10
  • The Isle Rises: Chartres in the Kingdom of France, 17
  • A Change of Style: The Invention of Gothic, 32
  • Heaven on Earth: What is a Cathedral?, 61
  • Seek Not to Know High Things: Faith and Reason in the Middle Ages, 78
  • Building by Numbers: Science and Geometry at the School of Chartres, 109
  • Masters of Works: The Men Who Planned the Cathedrals, 145
  • Hammer and Stone: Medieval Masons, 179
  • Underneath the Arches: House of Forces, 218
  • Holy Radiance: The Metaphysics of Light, 258
  • Hard Labour: How the Cathedral Rose, 281
  • A New Beginning: The First Renaissance, 306

O livro pode ser livremente consultado aqui.

 

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

A Arte Efémera e a Conservação

Nos dias 6 e 7 de Novembro realiza-se no Museu do Oriente, Lisboa, um encontro sobre A Arte Efémera e a Conservação. O paradigma da arte contemporânea e dos bens etnográficos. A organização é da Fundação Oriente, do Instituto dos Museus e da Conservação, do Museu Colecção Berardo e da Universidade Nova de Lisboa.

Na arte contemporânea a esperança de vida da obra de arte encurta-se radicalmente a partir do início do século XX, com a utilização de materiais de todos os tipos. Os artistas são seduzidos pelas suas capacidades expressivas e potencialidades comunicativas e já não pela sua garantia de durabilidade. Os bens etnográficos, com funções rituais ou simbólicas, colocam o problema desde o início das primeiras colecções. Contudo, em ambos os casos, a fragilidade das obras ou mesmo a sua pretendida efemeridade conflituam com a actual vontade de tudo preservar, característica dos tempos que vivemos. Os problemas práticos e éticos que daí resultam para o museólogo, o conservador-restaurador ou o historiador de arte constituem um enorme manancial de reflexão.

Neste encontro procuraremos reflectir e debater sobre os valores que dificilmente se equilibram na tarefa da preservação, de que são exemplo os valores materiais versus valores conceptuais, rituais ou estéticos. As questões da originalidade e autenticidade em relação com o valor histórico, cultural, a intenção do criador, a intangibilidade, a função social, entre outros. Haverá também espaço para pensar sobre processos alternativos de conservação e o perfil dos profissionais empenhados numa salvaguarda que ultrapassa o domínio da materialidade, que inclui novos meios, implica criatividade e especial atenção não apenas aos objectos, mas também às comunidades e contextos envolvidos.  

O programa e a ficha de inscrição estão aqui.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

O restauro do templo romano de Évora

O seguinte artigo está livremente disponível aqui.

António Carlos Silva, "A 'restauração' do templo romano de Évora", A Cidade de Évora, 1, 1994-1995, pp. 63-71.

Resumo:

Este artigo é dedicado ao Templo Romano de Évora, mais precisamente ao seu "restauro" em meados do séc. XIX. O "restauro", incentivado pela intelectualidade eborense, foi informado pelas políticas patrimoniais vigentes na época, que preconizavam a remoção de todos os acrescentos à obra original, e levado acabo por Cinatti.

O autor faz ainda uma pequena resenha histórica acerca da "evolução arquitectónica" e utilização do templo.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Argamassas de revestimento para alvenarias antigas

A seguinte tese está integralmente disponível aqui.

Maria Paulina Santos Forte Faria Rodrigues, Argamassas de revestimento para alvenarias antigas. Contribuição para o estudo da influência dos ligantes, Tese de doutoramento, Lisboa, Universidade Nova de Lisboa, Faculdade de Ciências e Tecnologia, 2004.

Resumo:

O presente trabalho decorre da importância crescente que o conhecimento das argamassas para edifícios antigos tem vindo a assumir. Pretende-se com ele contribuir para o estudo da influência dos ligantes no comportamento das argamassas, em particular no caso da cal aérea e de componentes pozolânicos que com ela possam reagir directamente.

As funções exigidas às argamassas para aplicação em edifícios antigos dependem de várias condicionantes e implicam que estas possuam um conjunto de características nem sempre fáceis de atingir ou compatibilizar. Fundamentalmente estas argamassas têm de proporcionar uma eficiente protecção aos suportes em que são aplicadas, evitando o desenvolvimento de mecanismos que conduzam à sua degradação. Para tal devem registar uma boa compatibilidade mecânica, física e química com os referidos suportes. Simultaneamente, e dentro do possível, devem apresentar características que permitam prevenir a sua própria degradação, incrementando a sua durabilidade face a acções específicas inerentes a edifícios antigos, como seja o ataque por sais solúveis.

A tese foi dividida em duas partes organizadas em oito capítulos. Na primeira parte apresenta-se uma análise bibliográfica genérica sobre argamassas para edifícios antigos, enquanto na segunda parte é registado todo o desenvolvimento experimental desenvolvido.

Para além de serem descritos os procedimentos experimentais utilizados, são comparadas argamassas diversificadas (situadas entre as de cal aérea e as de cimento, bem como argamassas pré-doseadas), argamassas produzidas a partir de diferentes preparações e tipos de cais aéreas e ainda caracterizadas múltiplas argamassas de cal aérea com diferentes componentes pozolânicos, distintas proporções entre a cal e esses componentes e sujeitas a dois tipos de condições de cura.

Apresentam-se ainda uma análise crítica, as conclusões do estudo e propostas para desenvolvimentos futuros do trabalho de investigação realizado.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Desenvolvimento de uma base de dados espectral e colorimétrica para os materiais de pintura utilizados pelos artistas

A seguinte tese está integralmente disponível aqui:

Yoshio Okumura, Developing a Spectral and Colorimetric Database of Artist Paint Materials, Rochester, Rochester Institute of Technology, 2005.

Introdução:

As the project of the author’s Master’s thesis, the development of a spectral and colorimetric database of artist paint materials for acrylic paints was started. The goal of this research project was to:

- provide the academic resource of colorant spectral characteristics

- give scientific explanations on various paint-particular phenomena (paint mixing, gloss effects and color gamut expansion by varnishing)

 These tasks were planned to satisfy possible interests on paint research from not only conservators in museums but also color educators in schools and color reproduction engineers in imaging companies.

First of all, the coverage of this research was narrowed down to matte acrylic paints that are made from traditional organic and synthetic pigments. That is, the paints of relatively brand-new colorants, fluorescent, metallic, and pearlescent pigments, were not considered herein.

The first mission of the database development was to build up the optical properties of artist paint colors based on spectrophotomeric measurement. The contents of the artist paint database were represented by spectral light characteristics, reflectance, absorption, and scattering, so as to simulate specific paint mixtures with the dataset. Since it is derived by a different concept from some encyclopaedic databases that have been introduced to show basic physical and optical parameters such as pigments’ refractive indices and light reflectivities for pigment-binder combinations, our colorant database will be useful for color science researchers as an academic resource.

The advantage of holding the spectral dataset in our database can help spectral im aging researchers in a couple of ways. According to the recent study on the spectral imaging camera system by Mohammadi and Berns, for example, it clarified that appropriate spectral-reflectance curves of a calibration target should be chosen rather than increasing the number of target paints for spectrally accurate calibration. For such a case, a colorant formulation using the spectral dataset will lead to determining the optimal recipes of acrylic paints providing appropriate reflectance curves to the development of a calibration paint target. Another possible usage of the spectral dataset is for pigment identification, the spectral matching technique of which is to find the recipes of paint mixtures, used in art, from a large amount of colorant spectral information.

The second mission was to simulate paint mixtures with mathematical calculations and verify the accuracy of the simulation performance. The simulation approach, based on the Kubelka-Munk theory, can be considered to have larger possible choices of paints and give better simulation results than gained by a traditional approach based on a look-up table method that characterizes a paint gradient in the L*a*b* coordinates. The spectral-based technique of paint mixing simulation is expected to reveal the contradiction of advocated paint-mixing theory, “yellow, red, and blue can make any colors because these colors are the primaries of the paint system”, to color educators because it is actually not. With regard to paint mixing theory, a professional artist, Michael Wilcox, experientially showed the contradiction by making a large amount of paint mixing palettes.

The third mission was to render paint color gamuts with selected primary paint mixtures and multiple paint mixtures based on the spectral database. Rendering a paint color gamut is an orthodox approach to visualize the possible color coverage of certain paint mixtures. In terms of color reproduction, additionally, it is interesting to compare color gamut volumes in the L*a*b* space among various coloration systems including the paint system. A general target for calibrating cameras such as the GretagMacbeth ColorChecker is expected to cover a wide gamut far beyond a paint system. Quantifying the color gamut volumes of the systems would be helpful not only estimate color reproduction accuracy but also to develop a paint-color rendering chart for spectral imaging camera.

The last mission was to formulate the gloss effects by varnishing. In conservation works in museums, applying, retouching, and removing a varnish coat are carried out with verifying the apperance of re-painted colors over or without a varnish coat by operators. In order to reproduce the original paint colors, it is necessary for conservators to understand how a new varnish coat makes paint colors changed and visually wet in advance. A scientific explanation on the mechanism of gloss by varnishing will guide conservators to take an appropriate step of choosing a varnish substance as well as an application method to produce their expected surface finishings.