segunda-feira, 2 de março de 2009

As Matérias da Imagem: antigos receituários e tratados portugueses para preparação de pigmentos aplicados na pintura

O Centro de História da Universidade de Lisboa organiza no próximo dia 10 de Março um colóquio internacional intitulado “As Matérias da Imagem: antigos receituários e tratados portugueses para preparação de pigmentos aplicados na pintura”.

O colóquio decorrerá no anfiteatro III da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, entre as 9h00 e as 18h00. A entrada é livre.

Este colóquio constitui a conclusão do projecto de investigação intitulado As Matérias da Imagem: os pigmentos na tratadística portuguesa entre a Idade Média e 1850 (POCI/EAT/58065/2004), coordenado pelo Prof. Vítor Serrão e realizado em parceria pelo Centro de História da Universidade de Lisboa e pelo Departamento de Química da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Este colóquio reúne os elementos ligados à equipa de investigação envolvida neste projecto, que aqui irão apresentar algumas das conclusões a que chegaram, e reúne também elementos envolvidos em projectos similares realizados noutros centros de investigação, designadamente na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas e na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa.

Neste encontro científico será dado particular destaque ao tratado O Livro de como se fazem as cores dado a conhecer em 1803 por Giovanni Bernardo De Rossi e atribuído a um natural de Loulé. Este tratado foi publicado em inglês por D. Blondheim em 1928/29 e em português por Moreira de Sá em 1960. Trata-se da única fonte medieval portuguesa conhecida para a matéria em questão, conservando-se apenas uma cópia na Biblioteca Palatina de Parma (MS Parma 1959). É um texto escrito em língua portuguesa, mas em caracteres hebraicos, que está incluído num volume redigido no século XV juntamente com uma dezena de textos em hebraico, alguns deles datando do século XIII. Pela importância do opúsculo no âmbito da tratadística técnica da pintura/iluminura tardo-medieval e atendendo, também, aos problemas existentes em torno da sua cronologia e autoria, serão realizadas várias conferências dedicadas a este texto.

Comunicações:

  • Ivo de Castro (Universidade de Lisboa): Notas sobre a língua de O Livro de como se fazem as cores
  • Devon Strolovitch (Universidade Cornell): Medieval Portuguese in Hebrew Script
  • Luis U. Afonso (Universidade de Lisboa): Problemas de autoria e cronologia do Livro de como se fazem as cores
  • Mark Clarke (Universidade de Amesterdão): The context of the Livro de como se fazem as cores
  • Adelaide Miranda e Ana Lemos (Universidade Nova de Lisboa): Nas asas de um azul. O Livro das Aves em scriptoria portugueses (I)
  • Maria João Melo, Catarina Miguel e Ana Claro (Universidade Nova de Lisboa): Nas asas de um azul. Materiais e técnicas do Livro das Aves em scriptoria portugueses (II)
  • Vanessa Antunes e Isabel Dâmaso Santos (Universidade de Lisboa): Preparação e imprimitura: a matéria invisível
  • Patrícia Monteiro (Universidade de Lisboa): Da prática à teoria: o Breve Tratado de Iluminação
  • Vítor Serrão (Universidade de Lisboa): Os pigmentos nos contratos de pintura portuguesa dos séculos XVI e XVII
  • Ana Paula Carvalho (Universidade de Lisboa): Teoria vs. Prática. Problemas associados à produção artesanal do branco de chumbo
  • Maria Helena Mendonça e João Manuel Silva (Universidade de Lisboa): Teoria vs. Prática. Problemas associados à produção artesanal do vermelho de chumbo
  • António João Cruz (Instituto Politécnico de Tomar): Em busca das cores: pontos de contacto entre o Livro de como se fazem as cores e o Mappae Clavicula

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