A pintura a fresco dos séculos XV e XVI no norte de Portugal
Acabou de ser disponibilizada online a seguinte tese de doutoramento:
Joaquim Inácio Caetano, Motivos Decorativos de Estampilha na Pintura a Fresco dos Séculos XV e XVI no Norte de Portugal. Relações entre Pintura Mural e de Cavalete, 2 volumes, Lisboa, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, 2010.
Está aqui.
Resumo:
Esta dissertação tem como matéria de trabalho as pinturas a fresco dos séculos XV e XVI no Norte de Portugal, com o objectivo de estudar os padrões decorativos executados com estampilha. É um trabalho que tem como ponto de partida a conservação e restauro de pintura mural, nas oportunidades de observação que esta permite, actividade que desenvolvemos desde o início dos anos 80. A identificação dos padrões e seu cotejo com padrões de outras pinturas, permitiu-nos identificar vários grupos de pinturas com afinidades entre si, tendo-se vindo a verificar que cada um destes grupos constitui o corpus de várias oficinas activas neste período e território. Simultaneamente, apercebemo-nos da existência, nos espaços religiosos, de vestígios de outras “modas” decorativas, como a cor directamente aplicada na arquitectura ou o modo de tratar as juntas dos aparelhos construtivos, que consideramos serem manifestações decorativas anteriores ao período de grande produção da pintura mural a fresco, por volta da primeira metade do século XVI, fazendo com esta um caminho, em termos de gosto, que antecede as primeiras construções românicas sendo, precisamente, sintetizado na pintura a fresco através da sua representação na própria pintura, imitando também os brocados e panos de armar que revestiram as paredes e que, sendo um dos momentos deste percurso, já só os podemos avaliar por essas representações pictóricas. Na análise das suas formas, percebemos que a maioria dos padrões inventariados tem um referente visual, podendo-se encontrar semelhanças com formas de outras gramáticas decorativas como o Românico, Gótico, Mudéjar ou imitam desenhos de brocados. Neste cotejo constante com padrões de outras proveniências, encontrámos o mesmo padrão, batido com a mesma estampilha, em pintura a fresco e em pintura de cavalete, deduzindo tratar-se de produção da mesma oficina. Identificámos, assim, algumas oficinas que pintam os dois géneros, o que seria prática comum.
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