quinta-feira, 2 de junho de 2011

A Química, as outras ciências, a História, as Artes, e tudo o resto

Acabou de ser publicado o seguinte livro sobre as ciências e as artes, ainda que numa perspectiva bem diferente daquela que está subjacente a este blogue:

Jorge Calado, Haja Luz! Uma História da Química Através de Tudo, Lisboa, IST Press, 2011.

Trata-se de um livro notável, verdadeiramente excepcional, que fala de tudo a propósito da Química, escrito por alguém que tendo formação e carreira na área da Química, tem regido cursos em várias universidades sobre as ciências e as artes, escreve sobre ópera e história e filosofia das ciências para jornais e revistas culturais, criou a Colecção Nacional de Fotografia, organizou várias exposições de fotografia, entre outras actividades.

Do texto de apresentação:

No caldeirão onde fervilham as ciências e as artes há paralelos e influências mútuas. Haja Luz! é uma história heterodoxa, onde a química vem entrelaçada não só com as outras ciências mas também com a literatura, a música, as artes visuais, o cinema, a filosofia, etc. Aqui, o químico Humphry Davy aparece de braço dado com o poeta Samuel T. Coleridge, Richard Wagner partilha a divisão do trabalho com Adam Smith, e a pintura de René Magritte é invocada a propósito de Louis Pasteur; Marilyn Monroe está associada ao carbono, Jules Verne e Jacques Offenbach celebram o oxigénio, Sebastião Salgado fotografa a alquimia sufocante do enxofre. E tudo começa com Joseph Haydn, e a sua oratória, A Criação.

...

A química é construída por pessoas: homens e mulheres, novas e velhos, com gostos e desgostos. A história da química faz-se com elas, e Jorge Calado dá sentido à narrativa (não cronológica) enquadrando as invenções e descobertas químicas nas disputas, guerras e conquistas sociais e políticas. Enquanto alguns químicos foram endeusados, muitos foram perseguidos, outros morreram na guilhotina. São centenas de personagens – químicos e não-químicos – aqui reunidos no palco da química. Haja Luz! é um livro para toda a gente: um livro sem princípio nem fim, concebido para ser aberto e lido a meio de qualquer capítulo; um livro onde os conceitos são mais importantes do que as equações; um livro que mostra como a química é útil, divertida, perigosa, bonita, estimulante, frustrante, e indispensável. Tal como as artes e o sexo, a química comanda a vida.

Algumas opiniões sobre o livro estão aqui. Do testemunho do sociólogo António Barreto destaco o seguinte:

Trata-se, literalmente, de uma maravilha! Este assombroso livro, de rara inteligência e grande cultura, conta a história da Química, ao mesmo tempo que relaciona esta estranha ciência com os deuses e os demónios, os príncipes e os plebeus, os generais e os artistas.

Uma extensa notícia sobre o autor e o livro, publicada no jornal Público de 9 de Maio passado, está aqui.

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