terça-feira, 31 de maio de 2011

Cadernos de Conservação e Restauro, n.º 8, 2010

Há cerca de mês e meio que foi publicado pelo Instituto dos Museus e da Conservação o n.º 8 dos Cadernos de Conservação e Restauro, com data ainda de 2010. É integralmente dedicado ao Tríptico de Santa Clara, do Museu Nacional Machado de Castro, de Coimbra. (Só agora dou notícia do seu conteúdo por só agora ter conseguido um exemplar.)

Índice:

  • Virgínia Gomes, Tríptico de Santa Clara: percursos e incógnitas da historiografia, p. 7
  • Dulce Delgado, Lília Esteves, Vanessa Antunes, Os suportes do Tríptico de Santa Clara, p. 19
  • Maria José Oliveira, Dulce Delgado, Vanessa Antunes, A camada cromática do Tríptico de Santa Clara, p. 31
  • Mercês Lorena, Vanessa Antunes, Maria José Oliveira, O desenho dentro da pintura do tríptico de Coimbra, p. 51
  • Elsa Murta, Lília Esteves, Nazaré Escobar, Ana Mesquita e Carmo, Emolduramentos do Tríptico de Santa Clara, p. 69
  • Virgínia Gomes, Mercês Lorena, António Candeias, O Tríptico de Santa Clara - antigas e novas questões, p. 81

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Metodologia e linguagem de trabalhos académicos
(4) A diferença entre fluorescência e espectrometria de fluorescência

Um dos métodos de análise química mais usados no estudo das obras de arte é a espectrometria de fluorescência de raios X: faz-se incidir um feixe de raios X com uma certa energia sobre o material a analisar, este absorve essa radiação e de imediato emite raios X menos energéticos. Este fenómeno de absorção seguida de emissão de radiação é designado por fluorescência, neste caso fluorescência de raios X porque resulta da acção dos raios X incidentes, e a radiação emitida, naturalmente, por radiação de fluorescência.

Esta é constituída por radiação com diferentes energias, que são características dos elementos químicos presentes no material, independentemente da forma como se encontram combinados. Por isso, através da medida da energia desses raios X de fluorescência e sua intensidade é possível determinar os principais elementos químicos constituintes do material e calcular as respectivas concentrações.

Este método foi o primeiro a basear-se em princípios que permitem obter informações sobre a composição química das obras de arte sem lhes causar qualquer dano, pelo que quando surgiu o primeiro equipamento a oferecer essa possibilidade, cerca de 1970, o mesmo foi designado como “o instrumento de sonho do conservador” (Victor F. Hanson, “The curator's dream instrument”, in W. J. Young (ed.), Applications of Science in Examination of Works of Art, Boston, Museum of Fine Arts, 1973, pp. 18-30).

Nos equipamentos mais comuns, a decomposição dos raios X emitidos com vista à determinação da composição química do material analisado é efectuada com base na sua energia, pelo que nessa situação é costume acrescentar-se ao nome “espectrometria de fluorescência de raios X” a indicação “dispersiva de energia”, já que há igualmente equipamentos “dispersivos de comprimento de onda”, isto é, que decompõem a radiação segundo o seu comprimento de onda.

Portanto, num estudo pode dizer-se que se determinou a composição de um material a partir da fluorescência de raios X, isto é, aproveitando esse fenómeno, ou por espectrometria de fluorescência de raios X, isto é, usando esse método de análise ou o respectivo equipamento. Obviamente a tendência de simplificação da linguagem, particularmente a linguagem oral, leva a que seja frequente referir-se apenas a “fluorescência de raios X” ou, quando interessa ou se quer identificar o tipo de detector, “fluorescência de raios X dispersiva de energia”. O problema é que esta última designação está errada. É que a característica de ser dispersivo de energia é uma característica do equipamento (o espectrómetro) ou do método (a espectrometria), mas não tem nada que ver com o fenómeno de fluorescência. O ser dispersivo de energia ou dispersivo de comprimento de onda está relacionado com o tipo de detector constituinte de um equipamento e por consequência com o método que faz uso desse equipamento, mas a fluorescência é um fenómeno físico que ocorre independentemente da sua detecção e, portanto, do detector usado para a sua detecção. A fluorescência é apenas fluorescência e não é dispersiva de coisa nenhuma.

Assim, está correcto “fluorescência de raios X”, “espectrometria de fluorescência de raios X” e “espectrometria de fluorescência de raios X dispersiva de energia”, mas não “fluorescência de raios X dispersiva de energia”.

De qualquer modo, como já referi noutro sítio, é sempre “raios X” e não “raios-X” e, como também já aqui mencionei, a espectrometria de fluorescência de raios X é “dispersiva de energia” e não de “energia dispersiva”.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Studies in Conservation, vol. 56, n.º 1, 2011

Acabou de ser publicada a revista Studies in Conservation, vol. 56, n.º 1, de 2011.

Índice:

  • Thea Burns, Cennino Cennini's II Libro dell'Arte: A Historiographical Review, p. 1
  • Pascal Labreuche, India Rubber Painting Grounds in Britain and France in the Nineteenth Century, p. 14
  • Julio M. del Hoyo-Meléndez, Marion F. Mecklenburg, Maria Teresa Doménech-Carbó, Determination of the Annual Light Exposure Received by Two-Dimensional Museum Objects Displayed on Vertical Surfaces using Photometric Measurements, p. 31
  • Paolo Dionisi-Vici, Matteo de Vincenti, Luca Uzielli, An Analytical Method for the Determination of the Climatic Distance between Different Microclimates for the Conservation of Wooden Cultural Heritage Objects, p. 41
  • Anne-Laurence Dupont, Marie-Christine Papillono, Gaël-Francois Jeannel, Technical Study and Conservation Treatment of a Horse Model by Dr Auzoux Barbara Dumont, p. 58

Metodologia e linguagem de trabalhos académicos
(3) O erro dos raios X

Em finais de 1895, Wilhelm Conrad Röntgen descobriu um novo tipo de radiação electromagnética. Por causa da sua natureza misteriosa, já que parecia exibir propriedades bem diferentes das dos outros tipos de radiação então conhecidos, atribuiu-lhe a designação X, da mesma forma que numa equação matemática aquilo que é desconhecido é representado pela incógnita x. Pela descoberta ganhou em 1901 o primeiro prémio Nobel da Física.

Qualquer radiação electromagnética é formada por raios e estes, ultimamente com muita frequência, vêm sendo designados em textos em português por “raios-X”, com hífen, quando a designação correcta é “raios X”, sem hífen.

O erro tem rapidamente proliferado devido ao uso desta radiação por um grande número de métodos de exame e análise de obras de arte como, por exemplo, a radiografia, a espectrometria de fluorescência de raios X, a espectroscopia de raios X ou a difractometria de raios X.

Trata-se claramente de mais um erro de tradução da designação inglesa “X-rays”, resultante de apressado mimetismo, que é favorecido pela actual tendência de desvalorização da literatura técnica de língua portuguesa. A tradução que agora se faz é completamente desnecessária por a designação em português para essa radiação já existir na forma escrita desde 1896 (H. Teixeira Bastos, “Raios X de Röntgen”, O Instituto, 43, 1896, pp. 38-41), criada numa ocasião em que, em média, era bem melhor do que actualmente o domínio da língua portuguesa por parte de quem escrevia. E como ilustração do uso possivelmente exclusivo da designação “raios X” em tempos bem mais recentes, mas anteriores a este tipo de influências da literatura em inglês, aí, estão, por exemplo, as publicações que surgiram na década de 1990 a propósito da comemoração do centenário da descoberta dos raios X. Ou, mais simplesmente, a entrada de um dicionário de português.

Portanto, “raios X” e não “raios-X”.

Salvaguarda e reabilitação do património: o caso do Palácio Fronteira

Acabou de ser livremente disponibilizada online a seguinte tese de mestrado:

Joana de Avelar Teixeira Califórnia Quintas, Acções de Salvaguarda e Reabilitação do Património. O Exemplo do Palácio Fronteira, Lisboa, Faculdade de Arquitectura de Lisboa, 2011.

Está aqui.

Resumo:

A história ao revelar a nossa identidade faz com que a herança cultural seja um dos pilares para o nosso conhecimento. Perante este facto e face à existência de inúmeros documentos legais sobre a conservação e o restauro, as intervenções realizadas no património arquitectónico nem sempre são coerentes, colocando em risco a sua autenticidade. É necessária a investigação e a divulgação dos casos que vão contra esta situação, de modo a poder evitá-la. O Palácio dos Marqueses de Fronteira e Alorna distingue-se como um dos exemplos mais notáveis da arquitectura em Portugal e também, como um dos poucos que ainda mantém a sua função inicial de residência. A construção inicial tem origens no Séc. XVII com influências do Renascimento Italiano. Sucede-se, no Séc. XVIII, um importante momento na história do edifício, com a adição de novos elementos no período Barroco. Inúmeras foram as intervenções necessárias para a sua sobrevivência, mas as suas épocas, as técnicas utilizadas e os autores não estão claramente identificados, sendo importante estudá-los. Será apresentada uma análise cronológica das intervenções realizadas ao longo da história deste Monumento Nacional. A sua sistematização segundo uma estratégia global de acções de reabilitação, procurará contribuir para uma futura utilização de procedimentos que preservem e valorizem a nossa herança. Sugere-se que a coerência na conservação do conjunto histórico do Palácio e Jardins tenha como base um modelo de gestão, que associa as acções de reabilitação ao turismo cultural e que utilize diferentes actividades e iniciativas, como forma de salvaguarda.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Tesauro e dicionário para a descrição e catalogação de objectos associados a ritos, cultos e crenças

Acabou de ser livremente disponibilizado online o seguinte livro:

Isabel Trinidad Lafuente, Tesauro y Diccionario de Objetos Asociados a Ritos, Cultos y Creencias. Tesauro y Diccionario para la Descripción y Catalogación de Bienes Culturales, Madrid, Ministerio de Cultura, 2010.

Da apresentação:

El Tesauro y Diccionario de objetos asociados a ritos, cultos y creencias es la quinta publicación del Ministerio de Cultura como parte de la serie Tesauros y Diccionarios para la descripción y catalogación de bienes culturales. Esta serie de publicaciones hace público el trabajo que viene desarrollando la Dirección General de Bellas Artes y Bienes Culturales en torno a la normalización terminológica, mediante la elaboración de vocabularios técnicos, herramientas para la descripción, catalogación y recuperación de información sobre los bienes culturales de museos y otras instituciones patrimoniales.

La riqueza y diversidad de estos bienes culturales, la complejidad de los significados que portan, la variedad de los puntos de vista a partir de los cuales se construye el conocimiento de los museos en torno a sus colecciones, hacen necesarias herramientas que ayuden a sistematizar, jerarquizar y precisar los conceptos y la terminología utilizada para registrar la información.

El Tesauro y Diccionario de objetos asociados a ritos, cultos y creencias representa la primera publicación parcial del Tesauro y Diccionario de denominaciones de bienes culturales, que por su gran amplitud temática y el elevado número de descriptores que reúne, va a ser objeto de la publicación independiente de sus distintas secciones. En este caso, se refiere a uno de los apartados de la sección “Elementos sociales”, y comprende 1671 descriptores y 736 no descriptores. Reúne términos utilizados para designar objetos asociados al mundo de las creencias y las prácticas religiosas en distintas partes del mundo y a lo largo de la historia, desde el mundo antiguo y los cultos mediterráneos, a las religiones vigentes en la actualidad (Cristianismo, Islam, Judaísmo, Budismo, Hinduismo, Sincretismo, Taoísmo, Confucianismo), pasando por los cultos prehispánicos americanos y las distintas manifestaciones animistas de distintos grupos culturales.

Sobre as anteriores quatro publicações desta série, que também estão livremente disponíveis online, já dei notícia aqui.

Metodologia e linguagem de trabalhos académicos
(2)De energia dispersiva ou dispersivo de energia?

Há vários métodos de análise com designações em inglês de que consta a indicação “energy dispersive” como, por exemplo, “energy dispersive X-ray spectroscopy” ou “energy dispersive X-ray fluorescence spectrometry”.

Com muita frequência “energy dispersive” surge em português como “energia dispersiva”, tal como em “espectroscopia de raios X de energia dispersiva” ou “espectrometria de fluorescência de raios X de energia dispersiva”.

Porém, a construção frásica em inglês e português é diferente e, por outro lado, do ponto de vista físico “energia dispersiva” não tem qualquer sentido. É que, como se pode ver num simples dicionário de português, dispersivo é um adjectivo que significa “que produz dispersão” e neste contexto a energia referida não é usada para provocar coisa nenhuma, sendo pelo contrário aquilo que é estudado.

O que acontece é que num método como os referidos, a radiação emitida pelo material analisado é separada ou decomposta segundo a sua energia, sendo determinada depois a intensidade dessa radiação em função da energia. Ou seja, a radiação é dispersa de acordo com a sua energia. Esta informação é importante porque não tem que ser assim, já que alguns equipamentos analisam a radiação em função do seu comprimento de onda, isto é, são dispersivos de comprimento de onda, e os resultados obtidos desse modo, além de envolverem tempos de aquisição diferentes, proporcionam informação algo diferente, tornando-os mais adequados a algumas situações e menos adequados a outras.

Vendo-se um espectro, o documento que regista os resultados da análise efectuada por qualquer um desses métodos, sabe-se imediatamente qual o tipo de equipamento usado, conforme no eixo horizontal está representada a energia ou está representado um ângulo.

Ou seja, o que inglês é “energy dispersive” é em português “dispersivo de energia” ou “dispersiva de energia”, conforme a designação a que se aplicar, e, portanto, os dois métodos no início referidos como exemplos são correctamente designados em português como “espectroscopia de raios X dispersiva de energia” e “espectrometria de fluorescência de raios X dispersiva de energia”, respectivamente.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Análise de corantes sintéticos antigos

Acabou de ser disponibilizada online a seguinte tese de mestrado:

Cátia Susana da Costa Nogueira Souto, Analysis of Early Synthetic Dyes With HPLC-DAD-MS. An Important Database for Analysis of Colorants Used in Cultural Heritage, Lisboa, Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, 2010.

Está aqui.

Resumo:

The analysis of 62 early synthetic dyes from the Smithsonian?s Helmut Schweppe Collection with High Performance Liquid Chromatography – Diode Array Detection – Mass Spectrometry (HPLC-DAD-MSn) was performed. Several chromatographic and mass parameters were optimized in order to characterize the 62 dyes. This approach was also applied to selected natural dyes because early synthetic dyes were known to be dyed together with dyes from natural biological sources. Prior to the HPLC-DAD-MSn analysis, soft extraction methods were tested on dyed textiles. In the present study it was possible to characterize the 62 dyes from 11 chemical families as well as selected natural dyes using the same methodology. Also the soft extraction methods were successful in both synthetic and natural dyes recovery. This HPLC-DAD-MSn database was compared with samples from a Persian carpet, from 20th century. It was possible to conclude that the carpet was dyed with synthetic dyes. The yellow and beige colours were obtained with a mixture of azo flavine 3R (CI 13090) and orange IV (13080,) and the red colours were obtained with scarlet n for silk (CI 15635) and cotton scarlet (CI 27290). The blue colours were obtained with synthetic dyes probably from the tryarilmethane family. The green colour was obtained with a mixture of the yellow and blue synthetic dyes mentioned previously.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Um antigo manual de conservação de pinturas

Acabou de ser livremente disponibilizado online o seguinte manual de conservação de pinturas, que teve a primeira edição em 1845, certamente com interesse para o conhecimento das práticas de restauro da segunda metade do século XIX:

Henry Mogford, Hand-book for the Preservation of Pictures, 8.ª ed., London, Winsor and Newton, 1876.

Está aqui.

O volume tem no final um extenso catálogo de materiais para artistas com o título “Winsor & Newton's List of Colours and Materials for Water Colour Painting, Oil Colour Painting, Pencil Drawing, &c.”.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Metodologia e linguagem de trabalhos académicos
(1) Gestor de referências bibliográficas

A investigação científica em qualquer área envolve a pesquisa bibliográfica e o conhecimento das publicações já existentes sobre o assunto estudado. Por outro lado, qualquer texto de natureza académica ou técnica tem que estar solidamente alicerçado nessa bibliografia que, além disso, tem que ser claramente identificada.

Portanto, quando alguém se inicia na investigação e nos consequentes trabalhos da escrita começa também com o problema, se não o tinha já antes, de manter listas bibliográficas, por exemplo, com os estudos que já tem ou que necessita obter, os que já leu ou que estão à espera de leitura, ou os que incidem sobre um aspecto ou que incidem sobre outro. Além disso, é importante que qualquer uma dessas referências bibliográficas possa ser rapidamente encontrada, ou relacionada com outras, ou objecto de anotações e comentários. À medida que o trabalho prossegue o número dessas referências pode crescer muito rapidamente e, mais cedo ou mais tarde, acaba sempre por ser indispensável o uso de um ficheiro bibliográfico, com fichas de cartolina como acontecia até há alguns anos atrás, ou, como é possível agora com muitas vantagens, o uso de uma base de dados bibliográfica.

Actualmente estão disponíveis diversas bases de dados bibliográficas, muitas das quais são, aliás, muito mais do que isso pois têm uma outra importante função: permitem introduzir automaticamente num texto as referências bibliográficas formatando-as de acordo com a norma pretendida. O software desse tipo é por isso mais adequadamente designado como gestor de referências bibliográficas.

Neste tipo de software, de uma forma geral, cada espécie bibliográfica pode ser introduzida manualmente ou, com muito menos trabalho, automaticamente a partir de bases de dados e catálogos bibliográficos existentes na internet, fazer parte de diversas listas, ser encontrada através de diferentes tipos de pesquisa e com diferentes critérios e ser automaticamente usada num texto sem necessidade de ser escrita vezes sem conta, repetidamente, com dantes acontecia.

O Endnote é, já há alguns anos, o programa mais conhecido, mas recentemente o Zotero, primeiro, e o Mendeley, depois, têm ganho alguma popularidade. Eu pessoalmente uso o Biblioscape desde 2004, pois nessa ocasião me pareceu ser o que, de longe, tinha mais funcionalidades. Hoje a respeito de vários aspectos as diferenças do Biblioscape em relação aos outros são menores, eventualmente perdendo na comparação a respeito de algumas funcionalidades, mas continuando a ganhar a respeito de outras. As principais vantagens que tem estão relacionadas com as possibilidades de importação de referências bibliográficas da internet e as possibilidades de formatação. Enquanto os programas que tenho experimentado estão (ou estavam) limitados à importação de referências a partir de bases de dados que disponibilizam os dados num número limitado de formatos de importação e, de igual forma, estão (ou estavam) limitados à formatação das referências bibliográficas num documento de acordo com um número limitado de normas, o Biblioscape tem a grande vantagem de facilmente permitir acrescentar todas as possibilidades que se quiser a esse respeito. Ou seja, com facilidade permite definir novos formatos de importação, possibilitando a obtenção de informação de qualquer base de dados, bem como facilmente permite definir novas normas bibliográficas, tornando possível a formatação automática das referências para qualquer publicação.

Sendo os gestores de referências bibliográficas programas com diferentes tipos de funcionalidades, a escolha de cada um deverá basear-se, além de outros aspectos, nas funcionalidades que são mais importantes para cada um. Sem pretensão de exaustividade, algumas das funcionalidades que poderá ser importante avaliar no que diz respeito às suas possibilidades e facilidade de uso são as seguintes:

  • formatos de importação de referências;
  • campos de dados;
  • integração no browser;
  • organização das referências na base de dados;
  • tipos e critérios de pesquisa;
  • velocidade de pesquisa (no caso de bases de dados com vários milhares de referências);
  • acesso directo às espécies bibliográficas em formato digital;
  • acesso em rede;
  • formatação das referências;
  • integração no processador de texto;
  • manutenção e perspectivas de desenvolvimento do software.

Além disso, há ainda questões como o custo, pois alguns são gratuitos mas outros não, ou o sistema operativo usado, pois alguns correm apenas no Windows enquanto outros são de uso mais geral.

Uma lista dos principais gestores de referências bibliográficas, com indicação do local onde podem ser obtidos (no caso dos programas pagos geralmente existe uma versão gratuita de demonstração) e as suas principais características está disponível aqui.

Independentemente da escolha de cada um, parece-me que este tipo de software é quase tão indispensável a quem se dedica à escrita em contexto académico como um processador de texto.

Metodologia e linguagem de trabalhos académicos
(0) Apresentação

Há já alguns anos que em diversos contextos de natureza académica e profissional venho fazendo, no essencial, os mesmos comentários e as mesmas sugestões. Com efeito, a respeito de dissertações de doutoramento ou de mestrado, de artigos, de relatórios, de apresentações orais e de pequenos cursos, tenho chamado a atenção, com diferente desenvolvimento, variável importância e diversas variantes, para determinados instrumentos de trabalho, certas normas de metodologia ou estilo e erros comuns de forma ou conteúdo, muitos deles relacionados com aspectos de nomenclatura e rigor no uso da terminologia técnica e não só. Geralmente esses comentários e sugestões, directa ou indirectamente, surgem em trabalhos relacionados com a conservação e restauro e muitas vezes envolvem o uso de métodos de exame e análise, mas, de uma forma geral, possivelmente terão igualmente interesse ou aplicação noutros contextos.

A frequência com que tenho que fazer esses comentários e sugestões resulta directamente de tais assuntos de terminologia e de natureza metodológica, especialmente os que estão relacionados com os novos recursos, raramente serem tratados directa e sistematicamente nos currículos do ensino superior, pelo menos na área da conservação e restauro. O contexto geral de falta de rigor e exigência em que nos movemos é mais um outro factor a contribuir para essa situação, pelo menos no que se refere ao rigor da escrita.

Para tentar evitar essas repetições, poder desenvolver mais alguns comentários ou sugestões, tentar que alguns dos aspectos criticados possam ser evitados e disponibilizar esta informação a um maior número de pessoas são algumas das razões que agora me levam a escrever aqui algumas notas sobre esses assuntos.

Sem qualquer plano previamente definido, estas notas terão uma sequência sem qualquer compromisso, ditada apenas pelas circunstâncias e não pela importância dos assuntos ou a ordem a que deveriam obedecer num trabalho sistemático e organizado com princípio, meio e fim.

Algumas destas notas serão sobre questões de pormenor que parecem insignificantes. Será verdade, mas igualmente é verdade que, ainda que o todo não seja a soma das partes, não há trabalho bem feito se não houver rigor nos seus pormenores.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Deterioração e consolidação da madeira

A seguinte tese de doutoramento está livremente disponível aqui:

Julio Enrique Benítez Telles, Valoración del Deterioro de la Madera y la Efectividad de Su Consolidación, Midiendo la Frecuencia Fundamental de Oscilación. Estudio Experimental Aplicado a la Tablazón de los Artesonados de la Iglesia de San Francisco, Quito-Ecuador, Valencia, Departamento de Conservación y Restauración de Bienes Culturales de la Universidad Politécnica de Valencia, 2009.

Resumo:

En el campo de la preservación de bienes muebles, la consolidación de madera es un tratamiento extremo, aplicado cuando ningún otro medio es capaz de garantizar su estabilidad. En general, los restauradores estiman: el nivel de deterioro, la necesidad de consolidar y el resultado del tratamiento, empíricamente o con la ayuda de imágenes del interior del objeto. Este proceder se trasluce en estudios de diagnóstico, en reportes de intervención o en publicaciones especializadas, donde se caracteriza el deterioro en términos subjetivos como: ataque severo, avanzado estado de deterioro, mal estado, etc. En apariencia este hecho puede resultar poco relevante; sin embargo, cuando se desea tomar como referencia los tratamientos de otros profesionales o si la cantidad de madera a intervenir es importante, la valoración del deterioro y del resultado del tratamiento variará. Esto muestra la importancia de contar con un método que evalúe objetivamente el ataque y la consolidación. En la presente tesis, se abordó este problema y se concluyó que la frecuencia fundamental permite, por un lado, discriminar niveles de deterioro; por otro lado, determinar el efecto de la consolidación con un buen grado de fiabilidad: R2=0,80. Como resultado paralelo, destaca la formulación de una ecuación desarrollada por el autor de esta tesis, para calcular el volumen máximo de solución requerida para consolidar, por inmersión, un volumen determinado de madera.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Gravura rupestre ou alteração de um bloco de calcário?

Acabou de ser livremente disponibilizada online a seguinte tese de mestrado:

Anabela Gomes Carvalho, Gravura Pré-Histórica da Praia do Pedrógão e sua alteração, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, 2008.

Está, com acesso livre, aqui.

Resumo:

Neste trabalho pretendeu-se estudar os mecanismos de alteração observados e as estratégias a implementar para a conservação do bloco de calcário onde se identificou uma provável Gravura Rupestre da Pré-história recente. O bloco foi identificado numa gruta no afloramento rochoso da Praia do Pedrógão (Leiria). Trata-se de uma rocha que se encontrava solta, no interior de uma pequena cavidade de calcário, a inédita Gruta da Pedra. Os estudos efectuados, de natureza histórica, geológica e geomorfológica, foram complementados por trabalhos de campo, nomeadamente, de arqueologia e botânica. De forma a evitar o colapso total do bloco procedeu-se à conservação da peça. Para o efeito efectuaram-se estudos laboratoriais de caracterização mineropetrográfica, caracterização mineroquímica dos produtos de alteração, caracterização petrofísica e um ensaio de envelhecimento acelerado. Estes estudos ajudam a sustentar a hipótese de se tratar de uma rocha calcária, compacta, de cor cinzenta e textura homogénea muito fina, com tendência a ser pouco absorvente e mostrando uma moderada alteração face aos agentes de meteorização. Os produtos de alteração identificados poderão ser constituídos por halite (NaCl), gesso (CaSO4·2H2O), cainite/cenite (KMgClSO4·3H2O), bassanite (CaSO4·½H2O,) carnalite KMgCl3·6H2O e matéria orgânica (di-(2-ethylhexyll) ftalato).Considerando as patologias detectadas no bloco pétreo e nos afloramentos e rochas existentes na Praia do Pedrógão, a designada gravura rupestre parece corresponder a uma alteração devida a agentes meteóricos da rocha e não a uma alteração do bloco provocado por acção antrópica. Após a identificação das patologias do bloco elaborou-se a proposta de intervenção para mitigação dos problemas. Procedeu-se à conservação do bloco pétreo através da dessalinização por imersão total. Finalmente elaboraram-se as recomendações para melhor preservar a peça, tendo em consideração as condições do espaço de reserva onde irá ser acondicionada e depositada.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

O uso da radiação de sincrotrão em estudos de arte e arqueologia

A Royal Society of CHemistry acaba de publicar a revista Journal of Analytical Atomic Spectrometry, vol. 26, n.º 5, de 2011, que é um número temático com o título: Synchrotron Radiation in Art and Archaeology.

A revista está disponível aqui [acesso condicionado].

Índice:

  • Koen Janssens, Synchrotron Radiation in Art and Archaeology, pp. 883-884
  • Judith Monnier, Delphine Vantelon, Solenn Reguer, Philippe Dillmann, X-ray absorption spectroscopy study of the various forms of phosphorus in ancient iron samples, pp. 885-891
  • R. van Langh, L. Bartoli, J. Santisteban, D. Visser, Casting technology of Renaissance bronze statuettes: the use of TOF-neutron diffraction for studying afterwork of Renaissance casting techniques, pp. 892-898
  • Matthias Alfeld, Koen Janssens, Joris Dik, Wout de Nolf, Geert van der Snickt, Optimization of mobile scanning macro-XRF systems for the in situ investigation of historical paintings, pp. 899-909
  • Wout De Nolf, Joris Dik, Geert Vandersnickt, Arie Wallert, Koen Janssens, High energy X-ray powder diffraction for the imaging of (hidden) paintings, pp. 910-916
  • Bogdan Constantinescu, Angela Vasilescu, Martin Radtke, Uwe Reinholz, A study on gold and copper provenance for Romanian prehistoric objects using micro-SR XRF, pp. 917-921
  • Matthieu Lebon, Katharina Muller, Jean-Jacques Bahain, Francois Frohlich, Christophe Falgueres, Loic Bertrand, Christophe Sandt, Ina Reiche, Imaging fossil bone alterations at the microscale by SR-FTIR microspectroscopy, pp. 922-929
  • Louise Samain, Geert Silversmit, Jana Sanyova, Bart Vekemans, Helene Salomon, Bernard Gilbert, Fernande Grandjean, Gary J. Long, Raphael P. Hermann, Laszlo Vincze, David Strivay, Fading of modern Prussian blue pigments in linseed oil medium, pp. 930-941
  • Werner Faubel, Rolf Simon, Stefan Heissler, Frank Friedrich, Peter G. Weidler, Hans Becker, Wolfhardt Schmidt, Protrusions in a painting by Max Beckmann examined with confocal µ-XRF, pp. 942-948
  • Robert van Langh, Jon James, Genoveva Burca, Winfried Kockelmann, Shu Yan Zhang, Eberhard Lehmann, Mirko Estermann, Arie Pappot, New insights into alloy compositions: studying Renaissance bronze statuettes by combined neutron imaging and neutron diffraction techniques, pp. 949-958
  • Marie Radepont, Wout de Nolf, Koen Janssens, Geert Van der Snickt, Yvan Coquinot, Lizet Klaassen, Marine Cotte, The use of microscopic X-ray diffraction for the study of HgS and its degradation products corderoite (a-Hg3S2Cl2), kenhsuite (d-Hg3S2Cl2) and calomel (Hg2Cl2) in historical paintings, pp. 959-968
  • Philippe Sciau, Yoanna Leon, Philippe Goudeau, Sirine C. Fakra, Sam Webb, Apurva Mehta, Reverse engineering the ancient ceramic technology based on X-ray fluorescence spectromicroscopy, pp. 969-976
  • Erica Aquilia, Germana Barone, Vincenza Crupi, Francesca Longo, Domenico Majolino, Paolo Mazzoleni, Valentina Venuti, Multi-technique characterization of ancient findings from Gela (Sicily, Italy), pp. 977-983
  • Marta Rodrigues, Federica Cappa, Manfred Schreiner, Paolo Ferloni, Martin Radtke, Uwe Reinholz, Bernhard Woytek, Michael Alram, Further metallurgical analyses on silver coins of Trajan (AD 98-117), pp. 984-991
  • Enrico Perelli Cippo, Alessandro Borella, Giuseppe Gorini, Winfried Kockelmann, Michael Moxon, Hans Postma, Nigel J. Rhodes, Peter Schillebeeckx, Eric M. Schoonenveld, Marco Tardocchi, Krisztina Dusz, Zsuzsa Hajnal, Katalin Biro, Porcina, Imaging of cultural heritage objects using neutron resonances, pp. 992-999
  • Donatella Barca, Cristina Maria Belfiore, Gino Mirocle Crisci, Mauro Francesco La Russa, Antonino Pezzino, Silvestro Antonio Ruffolo, A new methodological approach for the chemical characterization of black crusts on building stones: a case study from the Catania city centre (Sicily, Italy), pp. 1000-1011
  • D. Grolimund, D. Berger, S. Bolliger Schreyer, C. N. Borca, S. Hartmann, F. Muller, J. Hovind, K. Hunger, E. H. Lehmann, P. Vontobel, H. A. O. Wang, Combined neutron and synchrotron X-ray microprobe analysis: attempt to disclose 3600 years-old secrets of a unique bronze age metal artifact, pp. 1012-1023
  • Roberta Cattaneo, Cristina Chiaramonte Trere, Lucia Mordeglia, Giuseppe Gorini, Enrico Perelli Cippo, Laura Bartoli, Winfried Kockelmann, Antonella Scherillo, Integrated X-ray and neutron-based analysis of bronze artefacts from the Ligurian settlement of Guardamonte-Monte Vallassa, pp. 1024-1029
  • F. Grazzi, L. Bartoli, F. Civita, R. Franci, A. Paradowska, A. Scherillo, M. Zoppi, From Koto age to modern times: Quantitative characterization of Japanese swords with Time of Flight Neutron Diffraction, pp. 1030-1039
  • S. Lahlil, M. Cotte, I. Biron, J. Szlachetko, N. Menguy, J. Susini, Synthesizing lead antimonate in ancient and modern opaque glass, pp. 1040-1050
  • M. Cotte, J. Szlachetko, S. Lahlil, M. Salome, V. A. Sole, I. Biron, J. Susini, Coupling a wavelength dispersive spectrometer with a synchrotron-based X-ray microscope: A winning combination for micro-X-ray fluorescence and micro-XANES analyses of complex artistic materials, pp. 1051-1059
  • Germana Barone, Laura Bartoli, Cristina Maria Belfiore, Vincenza Crupi, Francesca Longo, Domenico Majolino, Paolo Mazzoleni, Valentina Venuti, Comparison between TOF-ND and XRD quantitative phase analysis of ancient potteries, pp. 1060-1067
  • Olivier Schalm, Ana Cabal, Piet Van Espen, Nathalie Laquiere, Patrick Storme, Improved radiographic methods for the investigation of paintings using laboratory and synchrotron X-ray sources, pp. 1068-1077
  • S. Leroy, R. Simon, L. Bertrand, A. Williams, E. Foy, Ph. Dillmann, First examination of slag inclusions in medieval armours by confocal SR-µ-XRF and LA-ICP-MS, pp. 1078-1087
  • Christian Grunewald, Martin Radtke, Uwe Reinholz, Gunter Buzanich, Heinrich Riesemeier, SRXRF-measurements at non-planar objects: automatic determination of the angle of incidence of the exciting X-ray, pp. 1088-1089
  • Luciana Zanella, Francesca Casadio, Kimberly A. Gray, Richard Warta, Qing Ma, Jean-Francois Gaillard, The darkening of zinc yellow: XANES speciation of chromium in artist's paints after light and chemical exposures, pp. 1090-1097

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Technè, n.º 33, 2011

A revista Technè, n.º 33, de 2011, acabou de ser publicada, pelo Centre de Recherche et de Restauration des Musées de France. O tema é o seguinte: Théorie et pratiques de la restauration des peintures et des dessins en France, XVIIIe-XXe siècles.

Índice:

  • Nathalie Voile, Introduction, p. 5
  • Benjamin Salama, Les cas de conservation et de restauration de peintures dans l'Abecedario de Pierre-Jean Mariette, p. 9
  • Carole Blumenfeld, Étienne Breton, Paris, Rome, Florence, Bologne Anvers, 1797-1811. Lettres de Jean-Baptiste Pierre Le Brun à Simon Denis, p. 18
  • Natalie Coural, Laetitia Desserrières, Paul-Antoine Vigna (1856-1942), restaurateur de livres, d'estampes et de dessins, p. 33
  • Odette Berthelé, Emile Rostain et les artistes de son temps, p. 38
  • Laurent Blaise, Barbara Crawford, Jean de Seynes, Jean-François Hulot, Réalisation et pose du plafond de Cy Twombly au musée du Louvre, p. 44
  • Natalie Coural, Laetitia Desserrières, Jean-Pierre Hoccreau et François Renaud, premiers restaurateurs et monteurs de dessins des collections nationales, p. 47
  • Isabelle Cabillic, L'atelier de restauration de peintures du musée du Louvre pendant la Seconde Guerre mondiale, p. 53
  • Natalia Gustavson, Conservation et restauration de tableaux viennois à Paris sous l'Empire (1809-1815), p. 61
  • Elisabeth Mognetti, Claude Badet, La restauration des peintures sur toile du cardinal Fesch: observations et perspectives, p. 67
  • Elisabeth Martin, Note sur d'anciens procédés de restauration, p. 74
  • Béatrice Lauwick, Les aléas d'un tableau d'Ary Scheffer. Dévouement patriotique de six bourgeois de Calais en 1342, p. 79
  • Claire Gerin-Pierre, La première restauration du retable de Beaune au Louvre (1875-1878), p. 86
  • Emmanuelle Polack, Odette Berthelé, Histoire de la restauration des fresques de l'église de Nohant-Vic et de leur copie au musée des Monuments français, p. 96
  • Giuseppina Perusini, Simon Horsin-Déon e il restauro dei dipinti in Francia alla metà dell'Ottocento, p. 105
  • Gaëlle Pichon-Meunier, L'histoire de la restauration des peintures à la Médiathèque de l'architecture et du patrimoine, p. 112

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Journal of Cultural Heritage, vol. 12, n.º 2, 2011

Acabou de ser publicada a revista Journal of Cultural Heritage, vol. 12, n.º 2, de 2011.

A versão digital está aqui [acesso condicionado].

Índice:

  • Arianna Pesci, Giuseppe Casula, Enzo Boschi, Laser scanning the Garisenda and Asinelli towers in Bologna (Italy): Detailed deformation patterns of two ancient leaning buildings, pp. 117-127
  • Anestis Koutsoudis, Christodoulos Chamzas, 3D pottery shape matching using depth map images, pp. 128-133
  • Jorge Martínez-Moreno, Paloma González Marcén, Rafael Mora Torcal, Data matrix (DM) codes: A technological process for the management of the archaeological record, pp. 134-139
  • Pascual, María Luisa Vázquez de Ágredos, María Teresa Doménech Carbó, Antonio Doménech Carbó, Characterization of Maya Blue pigment in pre-classic and classic monumental architecture of the ancient pre-Columbian city of Calakmul (Campeche, Mexico), pp. 140-148
  • Lina Falcão, Maria Eduarda M. Araújo, Tannins characterisation in new and historic vegetable tanned leathers fibres by spot tests, pp. 149-156
  • Moe Sato, Satoko Okubayashi, Masanori Sato, Development of conservation procedures for late Edo period Japanese ceremonial dolls' hair: Evaluation of effective treating reagents by using artificially degraded black-dyed silk fibres, pp. 157-163
  • Gianluca Pastorelli, A comparative study by infrared spectroscopy and optical oxygen sensing to identify and quantify oxidation of Baltic amber in different ageing conditions, pp. 164-168
  • Harby E. Ahmed, Fragiskos N. Kolisis, An investigation into the removal of starch paste adhesives from historical textiles by using the enzyme [alpha]-amylase, pp. 169-179
  • Gomaa Abdel-Maksoud, Mohamed Abdel-Hady, Effect of burial environment on crocodile bones from Hawara excavation, Fayoum, Egypt, pp. 180-189
  • Katarína Vizárová, Milena Reháková, Sona Kirschnerová, András Peller, Peter Simon, Radoslav Mikulásik, Stability studies of materials applied in the restoration of a baroque oil painting, pp. 190-195
  • Mauro Bernabei, Jarno Bontadi, Determining the resonance wood provenance of stringed instruments from the Cherubini Conservatory Collection in Florence, Italy, pp. 196-204
  • Alexandra Schieweck, Tunga Salthammer, Indoor air quality in passive-type museum showcases, pp. 205-213
  • Vasilike Argyropoulos, Kyriaki Polikreti, Stefan Simon, Dimitris Charalambous, Ethical issues in research and publication of illicit cultural property, pp. 214-219
  • Emil Ghiocel Ioanid, Aurelia Ioanid, Dorina Emilia Rusu, Florica Doroftei, Surface investigation of some medieval silver coins cleaned in high-frequency cold plasma, pp. 220-226
  • Alberto Renzulli, Fabrizio Antonelli, Claudio Margottini, Patrizia Santi, Fabio Fratini, What kind of volcanite the rock-hewn churches of the Lalibela UNESCO's world heritage site are made of?, pp. 227-235
  • Mateja Kos, Ziga Smit, PIXE-PIGE analysis of 18th and early 19th century creamware from Slovenia and Northern Italy, pp. 236-242

terça-feira, 10 de maio de 2011

História, conservação e estudo laboratorial das lacas orientais

Acabou de ser disponbilizado na internet o seguinte livro:

N. S. Brommelle, Perry Smith (ed.), Urushi. Proceedings of the Urushi Study Group. June 10-27, 1985. Tokyo, Marina del Rey, The Getty Conservation Institute, 1988.

Está aqui, com acesso livre.

Índice:

  • Hirokazu Arakawa, On the Chinese Kyushitsu Method Based on a Study of Kyushoku-roku Documents, p. 3
  • Motoo Yoshimura, Innovations in Kodaiji Makie, p. 7
  • George Kuwayama, Chinese Guri Lacquers, p. 13
  • Beatrix von Ragué, Inro Research: Some Proposed Future Steps, p. 23
  • Akio Haino, Sano Chokan, the Urushi Master, Studied through His Work, p. 31
  • Norimitsu Kimura, Heidatsu and Hyomon in the Nara Period, p. 37
  • Yoshiyuki Kuraku, Origins of the Use of Urushi in Japan and Its Development, p. 45
  • Jongseok Lee, Lacquerware in the Unified Silla Period, with Special Reference to the Finds at Anap-chi, p. 51
  • Yoshio Hasegawa, Urushi Coating and Color Painting Applied to Japanese Architectural Cultural Monuments, p. 57
  • Zhou Bao Zhong, The Protection of Ancient Chinese Lacquerware, p. 71
  • Shin Yagihashi, The Preservation and Handing Down of Traditional Urushi Art Techniques in Japan, p. 79
  • Toshie Nakajima, Conservation of Chinese Urushi: Methods and Difficulties, p. 87
  • Shogyo Ohba, The Kyushitsu Technique Demonstrated on a Natsume, p. 91
  • W. T. Chase, Lacquer Examination and Treatment at the Freer Gallery of Art: Some Case Histories, p. 95
  • Kenichi Kitamura, Some Thoughts about Conserving Urushi Art Objects in Japan, and an Example of Conservation Work, p. 113
  • Susanne Barchalia, Apprenticeship and Conservation, p. 121
  • Kyotaro Nishikawa, Dry Lacquer Statues of Japan, p. 127
  • Alena Skálová, Chinese Lacquer, p. 133
  • Yoshikuni Taguchi, Essay on Shells That Became Cherry Blossoms, p. 139
  • Toshikatsu Nakasato, Urushi Technique in the Prehistoric and Antique Periods in Japan, p. 147
  • Toshiko Kenjo, Scientific Approach to Traditional Lacquer Art, p. 155
  • Burmester, Technical Studies of Chinese Lacquer, p. 163
  • Yumin Du, The Production and Use of Chinese Raw Urushi and the Present State of Research, p. 189
  • Billie Milam, Helene Gillette, X-ray Radiography in the Study of Oriental Lacquerware Substructures, p. 199
  • M. Derrick, C. Druzik, F. Preusser, FTIR Analysis of Authentic and Simulated Black Lacquer Finishes on Eighteenth Century Furniture, p. 227
  • Rosamond Westmoreland, Solvent Testing Method for Identification of Oriental Lacquer Used in European Furniture, p. 235
  • Ju Kumanotani, The Chemistry of Oriental Lacquer (Rhus Verniciflua), p. 243

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Museus e Investigação

Acabou de ser publicada, pelo Instituto de História da Arte da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, a Revista de História da Arte, n.º 8, de 2011, que é dedicada ao tema Museus e Investigação.

Índice:

  • Afonso Ramos, Joana Cunha Leal, Mariana Pinto dos Santos, Entrevista com James Elkins, p. 9
  • Angelo Cattaneo, Inventare musei per ordinare e rappresentare il mondo. La Guardaroba nuova di Palazzo Vecchio e le Sale delle cosmografia e delle matematiche agli Uffizi a Firenze, p. 25
  • Joaquim Oliveira Caetano, Os Projectos do Arquitecto Joaquim de Oliveira para as Bibliotecas-Museu de Frei Manuel do Cenáculo, p. 49
  • Hugo Xavier, O "Museu de Antiguidades" da Ajuda: numismática e ourivesaria das colecções reais ao tempo de D. Luís, p. 71
  • Sofia Lapa, Georges-Henri Rivière na génese do Museu Calouste Gulbenkian. Contributos para o estudo da colaboração entre o museólogo francês e a Fundação Calouste Gulbenkian, p. 89
  • Maria João Vilhena, Sérgio Guimarães de Andrade, o conservador e a sua colecção. A imaginária como conceito, p. 111
  • Rupert Cox, Objects that move: Japanese Namban screens in the realm of the senses, p. 127
  • José Alberto Seabra Carvalho, "Que hacen los conservadores?" A propósito do incomodativo problema da existência de mestres desconhecidos nas tabelas dos museus, p. 139
  • Leonor de Oliveira, A exposição "A Rainha D. Leonor" no quadro das exposições evocativas do Estado Novo, p. 153
  • Alexandra Curvelo, Mariano Piçarra, Luís Afonso, Os caminhos para a Casa Perfeitíssima, p. 169
  • Raquel Henriques da Silva, Investigar para expor. Duas exposições na Fundação Calouste Gulbenkian, 2007-2009, p. 179
  • Lúcia Almeida Matos, Vítor Silva, Expor a investigação - dois percursos pela obra de Henrique Pousão, p. 193
  • Lúcia Almeida Matos, Na Presença de Marina Abramovic - notas sobre musealização da performance, p. 207
  • Rita Macedo, Cristina Oliveira, A documentação de arte efémera como forma de preservação: O caso de Árvore Jogo/Lúdico em 7 Imagens Espelhadas de Alberto Carneiro, p. 217
  • Vivian van Saaze, Going Public: Conservation of Contemporary Artworks. Between Backstage and Frontstage in Contemporary Art Museums, p. 235
  • Joana Baião, Jorge Custódio: "Renascença artística" e práticas de conservação e restauro arquitectónico em Portugal, durante a l.ª República. Tese de Doutoramento em Arquitectura. Universidade de Évora, 2009, p. 252
  • Miguel F. dos Santos, Peter Goldie e Elisabeth Schellekens, Who's Afraid of Conceptual Art?, Londres e Nova Iorque: Routledge, 2010, p. 258
  • Paulo Simões Rodrigues, O Conde Athanasius Raczynski e a Historiografia da Arte em Portugal, p. 264
  • Afonso Ramos, José Rodrigues e o Cego Rabequista, p. 276
  • Maria Jesus Ávila, Encontros perdidos: objectos surrealistas destruídos, p. 286

quarta-feira, 4 de maio de 2011

e-Conservation, n.º 19, 2011

Acabou de ser publicada a revista e-Conservation, n.º 19, de 2011.

Está livremente disponível aqui.

Além das habituais recensões e notícias contém os seguintes artigos:

  • Eleni Kotoula, Old Interventions & New Possibilities. Applications of digital technology in re-conservation, p. 40
  • Johannis Tsoumas, Museums of Technology: Bridges of cultural identity, p. 48
  • Maria Bostenaru, The street in the photography from the 19th and early 20th century as mean of art or of science, p. 57
  • Wafaa Anwar Mohamed, Scientific Study and Conservation of a Painted Enamel Qajar Pendant, p. 70

terça-feira, 3 de maio de 2011

Estudo e preservação do património em Portugal no final do século XIX

Acabou de ser colocado on-line, com acesso livre, a seguinte tese de doutoramento:

Lucília dos Santos Belchior, Karl Albrecht Haupt (1852-1932) e o «Desenho de Viagem». O Registo dos Monumentos Nacionais: Compreensão Arquitectónica e Fruição Estética, 2 volumes, Lisboa, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, 2010.

Está aqui.

Resumo:

Na década de oitenta de oitocentos, o alemão Karl Albrecht Haupt percorreu o território português. Desenhou, estudou e recolheu inúmeros dados sobre os nossos monumentos com o objectivo de estudar a arquitectura portuguesa no “tempo do Renascimento”. A publicação da sua obra, Die Baukunst der Renaissance in Portugal, que constituiu a sua tese de Doutoramento, foi o culminar da investigação deste arquitecto e o motor impulsionador do trabalho que agora se apresenta. Devido à dimensão da sua obra gráfica e especificidade biográfica, o presente estudo centra-se na vida e obra de A. Haupt que, em terras lusas, estudou os nossos monumentos e acabou por estabelecer uma estreita ligação com o nosso país, a qual perdurou até ao final da sua vida. O espólio documental inédito encontrado constitui a base deste estudo, impõe-se como uma importante ferramenta para o conhecimento desta personalidade singular. A designação agora apresentada «Desenho de Viagem» centra-se no registo de monumentos portugueses levado a cabo por autores estrangeiros, aquando das suas viagens por território português entre a segunda metade do século XVIII e a centúria seguinte, sendo subsidiária da corrente, expressão da história da literatura, para a produção textual daqueles que viajavam por terras distantes. Sendo escassos os trabalhos efectuados em Portugal sobre esta temática, e procurando contribuir para o seu conhecimento, a fim de enquadrar o nosso arquitecto, procedeu-se à recolha de registos gráficos de monumentos, efectuados no decorrer das viagens realizadas pelos autores, sejam desenhos preparatórios efectuados no local de observação ou gravuras posteriormente publicadas. O presente estudo incide, assim, sobre a importância da imagem – registo visual - enquanto meio de divulgação e ferramenta científica para o conhecimento e compreensão da orgânica arquitectónica.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

A análise térmica e o estudo do património cultural

Acabou de ser publicada a revista Journal of Thermal Analysis and Calorimetry, vol. 14, n.º 2, de 2011, que, em parte, é dedicada ao uso dos métodos de análise térmica para o estudo do património cultural.

Os artigos estão aqui [acesso condiconado].

Índice (da parte temática):

  • Marianne Odlyha, Introduction to the preservation of cultural heritage, pp. 399-403
  • V. Reyes-Zamudio, C. Angeles-Chavez, J. Cervantes, Clay minerals in historic buildings, pp. 405-413
  • D. Melucci, G. Chiavari, S. Montalbani, S. Prati, Behaviour of phospholipids in analytical reactive pyrolysis, pp. 415-421
  • Rusu, D. Sutiman, G. Lisa, D. Mareci, N. M. Puica, On the correlation between thermal analysis results and corrosion behaviour of some metallic religious artefacts, pp. 423-430
  • J. A. Stratis, M. Lalia-Kantouri, E. Charalambous, A. Charalambous, N. Kantiranis, Thermal, chemical, and mineralogical characterization of ceramic tobacco pipes from Cyprus, pp. 431-437
  • P. Budrugeac, A. Cucos, L. Miu, The use of thermal analysis methods for authentication and conservation state determination of historical and/or cultural objects manufactured from leather, pp. 439-450
  • G. Cavallaro, D. I. Donato, G. Lazzara, S. Milioto, A comparative thermogravimetric study of waterlogged archaeological and sound woods, pp. 451-457
  • V. A. Drebushchak, L. N. Mylnikova, T. N. Drebushchak, The mass-loss diagram for the ancient ceramics, pp. 459-466
  • J. L. Perez-Rodriguez, A. Duran, L. A. Perez-Maqueda, Thermal study of unaltered and altered dolomitic rock samples from ancient monuments The case of Villarcayo de Merindad de Castilla la Vieja (Burgos, Spain), pp. 467-474
  • F. Mercuri, U. Zammit, N. Orazi, S. Paoloni, M. Marinelli, F. Scudieri, Active infrared thermography applied to the investigation of art and historic artefacts, pp. 475-485
  • R. M. Ion, I. Dumitriu, R. C. Fierascu, M. L. Ion, S. F. Pop, C. Radovici, R. I. Bunghez, VIR Niculescu, Thermal and mineralogical investigations of historical ceramic, pp. 487-493
  • E. Badea, G. Della Gatta, P. Budrugeac, Characterisation and evaluation of the environmental impact on historical parchments by differential scanning calorimetry, pp. 495-506
  • P. S. Thomas, B. H. Stuart, N. McGowan, J. P. Guerbois, M. Berkahn, V. Daniel, A study of ochres from an Australian aboriginal bark painting using thermal methods, pp. 507-513
  • S. Shoval, E. Yadin, G. Panczer, Analysis of thermal phases in calcareous Iron Age pottery using FT-IR and Raman spectroscopy, pp. 515-525
  • E. Franceschi, Thermoanalytical methods: a valuable tool for art and archaeology, pp. 527-539
  • F. C. Izzo, E. Zendri, G. Biscontin, E. Balliana, TG-DSC analysis applied to contemporary oil paints, pp. 541-546